O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kouleba, alertou esta segunda-feira para o que considerou serem “consequências devastadoras” se a União Europeia não chegar a um consenso sobre a abertura de negociações de adesão do país.

“Não consigo imaginar, nem sequer quero pensar em falar das consequências devastadoras que ocorreriam se o Conselho Europeu (a 27) não tomasse uma decisão, não só para a Ucrânia mas também para o alargamento da União Europeia”, disse Dmytro Kouleba em Bruxelas.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia “vão reunir-se numa semana crucial para a Europa”, disse o chefe da diplomacia Letónia, Krisjanis Karins, referindo-se à cimeira europeia prevista para o final da semana e que é aguardada com grande expectativa pela Ucrânia.

Os 27 Estados membros devem decidir se continuam a dar apoio militar e financeiro à Ucrânia e se iniciam ou não negociações de adesão do país invadido pela Rússia.

Sobre estas duas questões, o governo da Hungria liderado por Viktor Orbán ameaçou bloquear o processo, argumentando que a União Europeia deveria primeiro promover um “debate estratégico” sobre o futuro das relações com a Ucrânia.

“Temos de tomar decisões estratégicas e empenharmo-nos na vitória da Ucrânia. Se não o fizermos, o preço será elevado”, declarou hoje o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis.

Questionado sobre a posição da Hungria, o aliado mais próximo de Moscovo na União Europeia, o ministro lituano, cujo país já fez parte da União Soviética, descreveu-a como antieuropeia. “A única forma de ler a posição húngara, e não apenas em relação à Ucrânia, é que é contra a Europa e tudo o que a Europa representa”, acusou.