Antigo Presidente da República qualificou a descolonização como “trágica”. “Digo isto com grande à vontade. Sei que muita gente vai contar que acha que a descolonização foi uma coisa maravilhosa. Não foi”, considerou perante Marcelo Rebelo de Sousa numa aula-debate sobre o 25 de Abril, com alunos de escolas secundárias e universidades, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.
O Presidente angolano, que se encontra em Lisboa no quadro das comemorações do 25 de Abril, disse que ele e o chefe do governo português entenderam ser “uma boa oportunidade para um primeiro encontro de trabalho”.
Durante um jantar, na terça-feira, com correspondentes estrangeiros em Portugal o Presidente da República português afirmou que Portugal tem “de pagar os custos”. “Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isto”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Visita de Filipe Nyusi decorre até 27 de abril, a convite de Marcelo Rebelo de Sousa, durante a qual “irá manter conversações com o seu homólogo português sobre questões específicas de cooperação bilateral, dinamização do comércio e investimento, assim como manter um encontro com o primeiro-ministro, Luís Montenegro”.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, representará o Brasil no lugar do presidente brasileiro, que esteve presente na Assembleia da República no 25 de Abril do ano passado, num acontecimento envolto em polémica.
O relatório recorda ainda que no endividamento externo, Moçambique tem a emissão de Eurobonds “MOZAM 2032”, no valor de 900 milhões de dólares (845,4 milhões de euros), equivalente neste caso a 9% do total.
Está prevista a assinatura de um memorando de entendimento com o primeiro-ministro cabo-verdiano para criar uma linha especial de microcrédito para empreendedores. A VII Cimeira Portugal-Cabo Verde está prevista para o segundo semestre deste ano, em Portugal, mas ainda sem data marcada.