Patrícia Dantas, adjunta do ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, decidiu não assumir essas funções no novo governo, de acordo com informação divulgada esta terça-feira, 16 de abril, pelo Ministério das Finanças.

“Na sequência de notícias veiculadas pela comunicação social, sobre um processo que teve início em 2017 e que está ainda a decorrer nos locais próprios, sem que sobre o mesmo tenha sido proferida qualquer decisão judicial, Patrícia Dantas, mantendo a presunção da inocência que se impõe e após ponderação, comunicou ao Sr. Ministro de Estado e das Finanças que decidiu não assumir as funções de adjunta do Ministério das Finanças”, explica o ministério.

A decisão surge poucas horas depois de ser conhecida a manchete do Correio da Manhã que dava conta das questões judiciais que poderiam condicionar a atuação de Patrícia Dantas, escolhida pelo antigo líder da bancada parlamentar do PSD para fazer a ponte entre o Ministério das Finanças e o parlamento.

Conta o CM que a ex-deputada pela Região Autónoma da Madeira está acusada num processo judicial, já em julgamento, de um crime de fraude na obtenção de subsídio.

Diz o diário que a madeirense foi acusada pelo Ministério Público em 2018, no processo da extinta Associação Industrial do Minho, estando em causa suspeitas de ter emitido faturas falsas para obter fundos europeus. São 120 os arguidos que respondem por crimes de associação criminosa, fraude na obtenção de subsídios, burla qualificada, branqueamento de capitais, falsificação e fraude fiscal qualificada, entre 2008 e 2013.

Neste período temporal, Patrícia Dantas era presidente executiva da Startup Madeira, tendo a sua carreira política arrancado só em 2017.

Patrícia Dantas chegou ao parlamento em 2022, tendo ficado até à interrupção da legislatura anterior. No entanto, a primeira polémica que envolveu o nome da madeirense estalou no ano passado, quando já estava a ser julgada por fraude, e foi escolhida pelo PSD para fazer parte da comissão de inquérito parlamentar à gestão da TAP, tendo suspendido o mandato quando precisava de se deslocar a tribunal, situação que chegou a verificar-se uma vez por semana.