A Juventude Comunista Portuguesa (JCP) criticou esta sexta-feira a opção do novo Governo PSD/CDS-PP de juntar as pastas da educação e ensino superior no mesmo ministério e acusou o executivo de querer “mercantilizar o ensino”.

Em comunicado enviado às redações, a estrutura que representa os jovens do PCP considera que a “fusão num único ministério das pastas da educação, do ensino superior, da inovação e da ciência tem um particular significado negativo”.

“Não tendo em conta as especificidades e os problemas do ensino básico e secundário, nem do ensino superior, esta fusão tem como único objetivo reduzir gastos e atacar os serviços públicos, mercantilizar o ensino, desresponsabilizar o Estado da sua tarefa constitucional de garantir o ensino aos jovens, aprofundar o caminho da elitização da educação e atacar o ensino de Abril”, acusa.

A JCP considera que “de nada servirá um Ministério da Juventude se a política não apontar ao fim dos exames nacionais, ao fim da propina, à construção de alojamento público, ao combate à precariedade, ao aumentou dos salários dos jovens, a assegurar o direito à habitação”.

Os jovens comunistas defendem que o programa deste Governo constitui um “retrocesso e ataque aos direitos da juventude” e lembram que o PCP anunciou que irá apresentar uma moção de rejeição na Assembleia da República.

“Rejeitamos um caminho de continuação da política da direita, assuma ela as formas que assumir, uma política de ataque aos direitos da juventude, de cortes, de degradação dos serviços públicos, que nos limita as aspirações e aprofunda os problemas”, salientam.

Na nota, a JCP garante “resistência” e indica que “os estudantes do ensino básico e secundário, os estudantes do ensino superior, os jovens trabalhadores, poderão contar com a JCP e o PCP para o combate nas ruas e na Assembleia da República à direita e às suas políticas de ataque aos nossos direitos, ao ensino e à Constituição de Abril”.

A nova orgânica, o Governo vai ter um Ministério da Juventude e Modernização, que será liderado por Margarida Balseiro Lopes, e um Ministério da Educação, Ciência e Inovação, que será tutelado por Fernando Alexandre.