Por ocasião de abril ser o Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância, a psicóloga clínica e técnica superior do Instituto de Apoio à Criança (IAC), Maria João Cosme, refere que, comparativamente a outros países da Europa, Portugal está bem posicionado no que consta ao combate aos maus tratos e ao trabalho em parceria entre organizações não governamentais (ONGs).

Ainda assim, enfatiza que “o principal trabalho é na prevenção”, concretizado através de uma presença assídua, escuta atenta e diálogo junto dos jovens. “Só assim se conhecem os seus problemas e onde encontrar respostas adequadas às suas necessidades, para que se desenvolvam plenos de direitos, deveres e sãos, física e mentalmente”, completa.

“Todos os ambientes em que os jovens convivam são espaços provável violência”, realça a técnica, mencionando o potencial risco em espaços como escolas ou locais de lazer, como bares e espaços de diversão noturna, onde “além de aglomeração de jovens, existe a probabilidade de haver álcool, drogas e outros comportamentos de risco, associados a momentos de festa”.

“Além dos espaços já mencionados, qualquer jovem de rua, que ande fugido ou que viva já entregue a si próprio, é um alvo mais fácil, estando mais suscetível de ser encontrado por um agressor”, acrescenta.

Relativamente à internet, aponta as plataformas de jogos online e as redes sociais enquanto locais em que os jovens são “facilmente manipulados”, através da criação de identidades falsas e informações forjadas, considerando algo ao qual os adultos conseguem aceder “sem dificuldades”, com um mínimo de conhecimentos cibernéticos.

“Não vamos evitar espaços de convívio, vamos é trabalhar na prevenção, prestar informação, dar conhecimento aos jovens dos riscos e perigos associados a comportamentos de risco”, conclui.

O Instituto de Apoio à Criança trata-se de uma IPSS dedicada, desde 1983, a desenvolver múltiplas atividades com o intuito de “sensibilizar entidades públicas e privadas” em prol dos direitos das crianças.

Editado por João G. Oliveira