Roger Schmidt parece esperar por uma tomada de posição por parte do Benfica em relação à sua continuidade. Isso ficou subetendido nas entrelinhas na conferência de imprensa de antevisão ao encontro deste sábado, 27 de abril, frente ao SC Braga.

“Se no final da época não for o melhor treinador para o Benfica, e sim, tenho uma boa relação com o presidente, se chegarmos a esse ponto, em que o presidente acredita que eu já não faço parte do Benfica, aceitarei a decisão”, disse o alemão.

Em seguida, o treinador abordou os acontecimentos de Faro, em que, apesar do triunfo, vários adeptos contestaram fortemente jogadores, treinador e presidente.

“Não vejo o que vocês escrevem e não vejo televisão e, como sabem, não falo português. O que vejo, no quotidiano, é que existe muito apoio ao Benfica e que vários adeptos apreciam o que temos feito. Já disse várias vezes que é normal existirem críticas no Benfica, é normal apontar o que está menos bem, isso faz parte”, começou por dizer antes de se pronunciar em relação aos acontecimentos do Algarve.

“Não, eu não quero recuperar esta relação. Porque terminou, não posso aceitar esta relação, nunca irei aceitar, nunca irei perdoar. Não preciso de ter uma relação com estas 10 pessoas. Quando começamos a atirar coisas, a cuspir nos jogadores… nós somos o Benfica, representamos o Benfica e esperamos o mínimo de respeito. Os valores básicos no mundo estão a diminuir cada vez mais, isso é óbvio, mas não está certo. Respeito, verdade, honestidade, algumas coisas básicas são devidas a todos”, sustentou.

O germânico, de resto, fez questão de separar sempre as “10 pessoas” que diz terem sido responsáveis pelos insultos à equipa, na segunda-feira, após o triunfo por 3-1, e insistiu que devem “ficar em casa”, mas mostrou-se confiante num bom ambiente no Estádio da Luz, no sábado.

“Se quiserem cuspir e atirar coisas aos nossos jogadores, é melhor ficarem em casa. Mas é claro que precisamos de todos os outros adeptos. Não conseguimos ter sucesso sem os adeptos, precisamos de um grande ambiente no nosso estádio. Como disse, ainda estamos a lutar pelo campeonato, ainda não acabou”, apelou o treinador.

Nesse sentido, admitiu a importância de vencer os arsenalistas para garantir pelo menos o segundo lugar, que poderá dar acesso à Liga dos Campeões, um objetivo “importante financeiramente, mas também para a imagem do clube”, frisando que o Benfica ainda está na luta pelo título.

“É uma razão importante e sabemos que a podemos alcançar amanhã [sábado] quando vencermos o jogo, mas é claro que o grande objetivo ainda é lutar pela melhor classificação possível e essa ainda é o primeiro lugar”, apontou.

O Benfica recebe o Sporting de Braga no sábado, em encontro da 31.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol com início previsto para as 18h00, no Estádio da Luz, em Lisboa, e arbitragem de João Pinheiro, da Associação de Futebol de Braga.

A equipa orientada por Roger Schmidt segue em segundo lugar na classificação, a sete pontos do líder Sporting, e está obrigada a vencer ou, pelo menos, empatar para impedir que os leões conquistem o título já no domingo, se derrotarem o FC Porto, no Estádio do Dragão.