Pedro Nuno Santos apresentou o programa eleitoral, em Lisboa, com ataques à direita que acusou de querer colocar “em risco” o Serviço Nacional de Saúde e beneficiar os mais privilegiados com a redução de impostos.

Ao lado de Fernando Medina, que discursou antes para apresentar o cenário macroeconómico, o secretário-geral do PS defendeu que “o SNS está em risco nesta campanha”. A AD tem “um programa suficientemente redondo para tentar esconder as suas intenções”, disse Pedro Nuno, garantido que “o projeto da direita toda junta é deixar de investir no SNS e desviar recursos para o negócio do privado”.

Pedro Nuno Santos acusou também a AD de querer fazer “um corte cego no IRC” para “beneficiar os de cima” e criticou o programa do principal adversário por encontrar na redução dos impostos a solução para todos os problemas do país. “Até para ganharmos o festival da canção eles acham que a solução é baixar impostos”.

“Não queremos um país dividido. Não queremos um Portugal sombrio, esse é um projeto da direita inteira, com diferentes tonalidades eles todos querem o mesmo”, afirmou, num longo discurso para uma plateia onde estavam, entre outros, Carlos César, José Luís Carneiro, Francisco Assis, Eurico Brilhante Dias e Mariana Vieira da Silva.

Ao longo do discurso, Pedro Nuno Santos elogiou os governos liderados por António Costa, mas reconheceu que “nem tudo funcionou bem” e é “preciso mudar aquilo que não correu bem”. E assumiu que, por exemplo, o Banco de Fomento não funcionou. “Não vale a pena o estarmos a esconder e colocarmos a cabeça na areia. Temos de revisitar o Banco do Fomento a sério”, disse.

O secretário-geral do PS voltou a garantir que quer “identificar os setores e tecnologias” onde o Estado deve investir, em conjunto com as associações empresariais, para atingir “uma economia mais sofisticada” e aumentar os salários. “Não queremos sovietizar a economia portuguesa”, disse, em resposta às críticas da AD, dando o exemplo da Holanda que escolheu as dez tecnologias em que vai apostar.

Programa do PSD “é verdadeiramente um embuste”

Antes do secretário-geral do PS discursou Fernando Medina, que apoiou José Luís Carneiro na corrida interna, mas foi convidado para colaborar no programa eleitoral. Medina defendeu que “o programa económico do PSD é verdadeiramente um embuste” e “um instrumento sem qualquer credibilidade”.

No Teatro Thalia, em Lisboa, o ainda ministro das Finanças acusou Luís Montenegro de “prometer tudo a todos” e “dar o que não existe”. Garantindo que as propostas do PS foram elaboradas “em função de expectativas prudentes”, Medina afirmou que o programa permite praticar “uma política sem sobressaltos e uma política de verdade”.

“É isto que é proposto neste programa, é isto que é proposto aos portugueses e é isto que assegurará os resultados da melhoria das condições de vida para todos”, acrescentou.