Miguel Albuquerque pediu à Procuradoria-Geral da República para ser ouvido no processo em que foi constituído arguido. A informação foi confirmada à SIC Notícias pelo seu advogado, Pedro Barosa.

O advogado sublinhou que o presidente do Governo Regional da Madeira demissionário já se tinha disponibilizado para fazê-lo, em 2021, quando surgiram as primeiras notícias sobre as suspeitas relacionadas com a venda da Quinta do Arco, acrescentando que Miguel Albuquerque nunca foi chamado pelo Ministério Público.

O líder do PSD Madeira anunciou na sexta-feira que iria demitir-se da presidência do governo regional na Madeira, dois dias depois das buscas no Funchal, embora só tenha formalizado a intenção esta segunda-feira. Miguel Albuquerque foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção na Madeira. Pedro Calado, presidente da câmara do Funchal, e dois empresários ligados ao sector da construção civil e do turismo foram detidos.

Quando formalizou a sua demissão da liderança do governo regional, depois de reunir-se com o representante da República na Madeira, Miguel Albuquerque recusou revelar qual o nome que irá propor para substituí-lo à frente do executivo, revelando apenas que iria reunir os órgãos do PSD Madeira para fazer essa discussão.

“Serão reuniões informais com as cúpulas do partido, no sentido de encontrarmos uma solução que esteja em consonância com aquilo que sejam os interesses também desta maioria e em consonância com os interesses da população da Madeira”, disse.

O representante da República aceitou a renúncia de Miguel Albuquerque, mas esclareceu que não tem efeitos imediatos.

Miguel Albuquerque constituído arguido

O presidente do Governo Regional da Madeira foi constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes.

Pedro Calado, que também renunciou ao cargo, e os dois empresários ligados ao setor da construção civil e do turismo envolvidos no processo foram detidos numa operação policial desencadeada a 24 de janeiro, sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias cidades do continente.