Amo-Te Imenso chega aos cinemas portugueses nesta quinta-feira, 25 de abril, e trata-se de uma comédia romântica luso-brasileira, protagonizada por Guilherme Goski e Filipa Pinto.

O filme retrata a viagem de Fábio, um brasileiro reservado que decide passar um semestre em Lisboa, onde conhece um grupo de amigos de diversas nacionalidades, incluindo Maria, uma jovem portuguesa destemida que rapidamente se torna especial. “É uma história leve e uma ‘lufada de ar fresco’, apesar de ter os seus picos e as suas oscilações, como todas as boas histórias”, conta Filipa Pinto, em declarações ao NOVO.

Realizado por Hermano Moreira, a longa-metragem é uma coprodução Promenade, Capuri, e é a primeira produção portuguesa da Paramount Pictures. O elenco inclui também Júlia Palha, Sónia Balacó e Rafael Canedo, e conta com uma participação especial da modelo Cintia Dicker.

Em entrevista ao NOVO, Júlia Palha descreve o filme como uma “história de amor com um grande mal entendido”, que traz um lado “dinâmico e divertido de Lisboa”, sendo um filme “para toda a família” – algo que fazia falta no país. “O que se tem feito em Portugal são sempre coisas mais sóbrias, mais dramáticas de alguma forma. E este é um filme mais leve e que toda a gente pode ir ver”, aponta a atriz portuguesa.

Revela que a sua personagem, Tessa, ainda está “a encontrar-se”, mas a mensagem que quer passar ao público é de que a vida “é para aproveitar, que os amores são para ser vividos e que não temos tempo a perder”, menciona.

Amo-Te Imenso baseia-se nas experiências pessoais do realizador, Hermano Moreira, que, há sete anos, fez uma viagem de trabalho a Lisboa, na qual “apaixonou-se” pela cidade e decidiu mudar-se para a capital portuguesa. “Lisboa recebeu-me de braços abertos. Eu fui e sou muito feliz aqui”, declara ao NOVO.

Alega que passou o “encanto” ao personagem principal, Fábio. “Eu brinco e falo que um dos protagonistas do filme, ou mesmo o principal, para mim é Lisboa. É a história de como Lisboa me recebeu”, diz.

As gravações tiveram lugar entre Lisboa e São Paulo. Com referências como a trilogia Antes do Amanhecer, o filme passa maioritariamente pela capital portuguesa, retratando lugares que o realizador frequentou, a “luz que viu”, e nacionalidades que conheceu, sendo que observa Portugal como uma “mistura” entre a Europa e o Brasil.

Definindo a comédia romântica como “leve”, “despretensiosa” e que “fala de Lisboa e de Portugal nos anos 2020”, Hermano Moreira deseja que todos também se “apaixonem” por Portugal. “Nada contra o passado, nada contra nada. Acho que a história é super importante e tem que ser lembrada sempre. Mas eu sinto-me orgulhoso por morar aqui e tenho que mostrar como eu amo esse país e como fui bem recebido.”

O título Amo-te Imenso é fruto de uma brincadeira entre o português do Brasil e o português de Portugal: “embora seja a mesma língua, sabemos que tem diferenças”, realça Moreira. “A personagem do Guilherme fala no facto de achar graça ao jeito que nós portugueses utilizamos o ‘imenso’, que eles [brasileiros] não usam”, comenta Filipa Pinto.

Relativamente à experiência de contracenar com Guilherme Goski, a atriz diz: “tivemos uma relação muito boa logo desde o início, portanto, acho que conseguimos levar isso para o filme”, refere Filipa Pinto ao NOVO.

Assinala ainda que a mensagem principal do filme é que “o amor não tem barreiras, nem culturas ou nacionalidades”, ao que Júlia Palha complementa: “é muito importante juntar estas duas culturas”.

A este propósito, logo no começo filme, deparamo-nos com a fala “Tu não podes procurar o amor da tua vida. Ele encontra-te”. “Eu acredito no amor”, esclarece o realizador. “A melhor coisa do mundo é amar alguém ou alguma coisa, e ser correspondido. E a segunda melhor coisa é só amar. Porque eu acho que, se amares, sentes-te vivo, tens um objetivo e vontade de viver”, refere em português tipicamente do Brasil.

E será que os acasos têm de facto um papel importante? Hermano refere que a paixão é “arrebatadora” e involuntária, apesar de, até a um momento, sermos capazes de “pisar no freio ou acelerar”. “Se acelerares, estás a abrir a porta para o amor”, clarifica.

Júlia Palha, no entanto, sublinha: “Cada vez mais acredito que o amor é uma coisa que se constrói e, portanto, definitivamente existem estas paixões arrebatadoras, de amor à primeira vista, mas acho que um amor que não é cultivado diariamente não sobrevive a esta paixão inicial”. “O destino tem um caminho preparado para nós. Não significa que se cruzar uma pessoa no teu caminho queira dizer que esta pessoa é para a tua vida, mas quer dizer que esta pessoa tinha que passar na tua vida e ensinar-te alguma lição”, acrescenta.

Sobre uma possível continuação da longa-metragem, o realizador declara: “eu adoro fazer filmes que tenham a cidade como pano de fundo, e quem sabe se o Fábio e a Maria não se encontram um dia em São Paulo, no Rio de Janeiro, na Tailândia…? Vamos ver.”

A estreia está marcada para esta quinta-feira, data que marca os 50 anos da Revolução dos Cravos. Hermano confessa que não foi propositado, apesar da escolha ter sido “excelente”. “Só existe amor se tiver liberdade”, conclui.

Editado por Fábio Nunes