“Os valores de Abril, que então floresceram em várias partes do mundo, estão ameaçados, não só em Portugal, mas também em muitas outras regiões”, diz a Associação 25 de Abril (A25A), em mensagem para assinalar os 50 anos da Revolução. A entidade presidida pelo Capitão de Abril Vasco Lourenço, fundada pelo Militares de Abril, avisa: “Novos ditadores estão no terreno ou ameaçam surgir no horizonte.”

Segundo a A25A, “é imperioso assumirmos, com coragem e determinação, a luta pela defesa e manutenção da Liberdade conquistada nessa radiosa madrugada.”

À parte desta mensagem, em artigo publicado na revista O Referencial, da A25A, Vasco Lourenço sublinha: “Os tempos que correm não se apresentam fáceis para quem se assume como defensor e praticante dos valores de Abril. É um facto insofismável, que não podemos iludir.”

No mesmo artigo, Vasco Lourenço, prossegue:

“Ao evocarmos os 50 anos do 25 de Abril, não posso deixar de enaltecer a nossa decisão de fundarmos a Associação 25 de Abril, em que estiveram envolvidos mais de 90% dos militares de Abril.”

O presidente da A25A reconhece que após a Revolução o militares viveram  momentos controversos, mas que culminaram na entrega da gestão do Estado aos políticos, regressando eles, depois, aos quartéis.

“Depois de nos termos dividido e confrontado, às vezes à beira da ruptura violenta – unidos à volta do essencial, esquecendo o acessório que nos dividiu, divide e dividirá – soubemos voltar à nossa condição de cidadãos comuns e envolver-nos na acção cívica e política, uma vez terminada, voluntariamente, a nossa intervenção política directa, enquanto militares de Abril, rejeitando a ideia de quaisquer benesses, exigindo apenas a condição de cidadão, com todos os deveres e direitos que a todos são inerentes. Mas não desejando, e repudiando mesmo, alhear-nos das nossas responsabilidades de principais protagonistas do acto libertador do 25 de Abril, que continuamos a assumir com enorme honra, como acto que levou à construção de um Portugal melhor, de que muito nos orgulhamos.”