A plataforma sindical de polícias criticou as declarações desta tarde de José Luís Carneiro, que considerou ser um “inadmissível (…) ataque pidesco ao sindicalismo na PSP, que procura coartar a liberdade de expressão” e um “claro sinal de ameaça”, acusando o governo de “irresponsabilidade gritante”.

“Hoje mais do que nunca é notória a incapacidade política, a falta de preparação e, sobretudo, o esgotar da legitimidade e do reconhecimento enquanto tutela, desta que é das mais importantes pastas de um Governo”, atacou Bruno Pereira, em declarações à Lusa.

O porta-voz do movimento e presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícias considera que houve “precipitação e alguma leviandade” do governo em considerar insubordinados os agentes que entregaram baixas médicas e colocaram em causa vários jogos de futebol este fim-de-semana, acrescentando que as declarações de José Luís Carneiro foram um “paradoxo” quando anunciou que vai abrir inquéritos para averiguação de factos “ao mesmo tempo que assume preliminarmente que há responsabilidade e que há culpa por parte dos polícias” na entrega das baixas médicas.

Bruno Pereira acusou também José Luís Carneiro de “laivo persecutório” contra os polícias, que o governo não demonstrou quando os médicos “se recusaram a fazer urgências para lá do razoável”, ao mesmo tempo que apelou a moderação a todos os intervenientes.

“Apelo pelo menos a alguma cautela na moderação das palavras para que não acicatemos ainda mais os ânimos, tendo em conta que eles já estão bastante acicatados e os polícias já estão num nível de intolerância máximo”, pediu Bruno Pereira. “Não nos precipitemos também com alguma leviandade em qualificá-los como insubordinados. Não cai bem, não fica bem, e não é de modo algum respeitoso”.