O Ministério da Administração Interna vai participar ao Ministério Público “todos os indícios” que possam ligar a insubordinação dos agentes da polícia deste fim-de-semana a atos extremistas, anunciou José Luís Carneiro, no final da reunião com as chefias da PSP e da GNR.

O ministro revelou ainda que está a ser concluída a “identificação dos autores dos desacatos e agressões em Famalicão”, antes do jogo com o Sporting, que foi adiado devido à falta de policiamento e que levou à abertura de um inquérito urgente aos acontecimentos.

A Direção Nacional da PSP explicou que houve um número anormal de agentes com baixa médica, pelo que o jogo teve de ser adiado, reportando que, “antes do início do policiamento ao evento, [houve] um número não habitual de polícias informaram que se encontravam doentes, comunicando baixa médica”.

José Luís Carneiro considerou as declarações do presidente do Sindicato Nacional da Polícia, em entrevista à SIC Notícias, – sobre a possibilidade de estar em causa o transporte das urnas de voto nas eleições de 10 de março –, um “incitamento à insubordinação” e garantiu que “todos os indícios que estabeleçam possível ligação ao incitamento à insubordinação, à sua prática e a movimentos extremistas” serão participados ao Ministério Público, à semelhança do que foi feito há um ano, relativamente a “atitudes, práticas e comportamentos extremistas”.

As declarações do sindicalista também vão ser alvo de inquérito, mas José Luís Carneiro recusou que as eleições legislativas de 10 de março estejam em risco.

“As forças de segurança, quer no quadro de sistema segurança interna quer na cooperação com a GNR, têm meios que, em quaisquer circunstâncias, serão mobilizados para garantir o estado de direito democrático, as garantias constitucionais e a segurança, nomeadamente de atos eleitorais”, sublinhou.