O parlamento turco vota na terça-feira a adesão da Suécia à NATO, indicou hoje a cadeia televisiva privada CNN Turk, uma ratificação aguardada há mais de um ano por parte dos aliados ocidentais de Ancara.

Diversos meios de comunicação social locais, incluindo a televisão privada NTV, também confirmaram um voto no decurso desta semana, mas sem especificar o dia.

Após a ratificação pela Turquia, a Hungria permanecerá como o último obstáculo ao processo de adesão, que a Suécia e a vizinha Finlândia decidiram iniciar em reposta à invasão da Ucrânia pela Rússia há cerca de dois anos.

A candidatura da Suécia foi aprovada em dezembro na Comissão dos Negócios Estrangeiros do parlamento turco, mas o voto em sessão plenária foi mantido em suspenso.

A Turquia, juntamente com a Hungria, é o último Estado membros da Aliança Atlântica a impedir o acesso pleno da Suécia, multiplicando exigências e pretextos para justificar a sua posição.

A Suécia apresentou a sua candidatura em simultâneo com a Finlândia, admitida no passado mês de abril.

Recep Tayyip Erdogan manteve objeções desde o início do processo devido à suposta inação de Estocolmo face a diversos grupos curdos, que Ancara define como “terroristas”.

O presidente turco acrescentou, no início de dezembro, como condição à ratificação de Ancara a aprovação “simultânea” pelo Congresso norte-americano da venda de aviões de caça F-16 à Turquia na perspetiva da modernização da sua Força Aérea.

O governo norte-americano não se opõe a esta venda, mas o Congresso bloqueou a decisão até ao momento, por motivos políticos, em particular as tensões com a Grécia, também membro da organização militar ocidental, e que implicou uma recente reaproximação entre Ancara e Atenas.

Em dezembro, Erdogan manteve um contacto telefónico com Joe Biden, que lhe terá transmitido a disponibilidade em obter a necessária aprovação pelo Congresso em caso de ratificação da adesão da Suécia à NATO.