Paddy Cosgrave regressou esta segunda-feira à liderança da Web Summit, cerca de meio ano depois de se ter demitido na sequência de comentários publicados na rede social X sobre o conflito entre Israel e o Hamas.

“Quando me afastei no ano passado, foi a primeira vez que tirei uma folga em 15 anos”, revelou Cosgrave, numa publicação na rede social X. “Aproveitei o tempo para reencontrar velhos amigos da Web Summit e ouvi o que eles tinham a dizer e o que queriam da Web Summit.”

O irlandês detém uma participação maioritária na Web Summit, o que levou a que dois cofundadores da empresa tivessem enviado uma carta à administração da empresa a defender que a continuidade de Paddy Cosgrave na empresa poderia colocar em risco o futuro do negócio. De acordo com a Bloomberg, David Kelly e Daire Hickey, colocaram em cima da mesa várias opções, incluindo a venda da participação detida por Paddy Cosgrave.

 

Comentários polémicos

Paddy Cosgrave abandonou a liderança da Web Summit devido a comentários polémicos sobre a resposta de Israel ao ataque do Hamas, em outubro do ano passado.

“Os crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados”, escreveu o CEO da maior feira de tecnologia do mundo, a 13 de outubro, na rede social X.

Na sequências da publicação, que acabou por apagar, Cosgrave pediu desculpa e demitiu-se do cargo de CEO, ao mesmo tempo que várias gigantes tecnológicas abandonaram a participação na Web Summit de novembro do ano passado, em Portugal.

Katherine Maher substitui Paddy Cosgrave no cargo até março deste ano, altura em que se tornou diretora geral da National Public Radio.

A Web Summit organiza todos os anos a maior conferência tecnológica do mundo. O evento recebe, em Lisboa, cerca de 70 mil participantes e conta com a participação de oradores de empresas tecnológicas mundiais e start ups, bem como de políticos.