O Instituto Serum da Índia, o maior fabricante de vacinas do mundo, tem reforçado a sua capacidade de produção antes do lançamento de vacinas contra doenças, tais como a malária e a dengue, avançou à Reuters Adar Poonawalla, o CEO da empresa.

O responsável garantiu que o Serum tem capacidade para fabricar 100 milhões de doses da sua vacina contra a malária e pode aumentar ainda mais a produção, consoante a procura. Declarou, igualmente, que já foram produzidos 25 milhões de doses antes do lançamento, previsto para os próximos meses, e a estimativa é que a produção total aumente em 2,5 mil milhões de doses.

Para tal, serão reaproveitadas as instalações utilizadas para fabricar imunizações contra a covid-19, uma vez que a produção das mesmas tem reduzido, à medida que a procura diminui. O instituto produz a vacina contra covid-19 da AstraZeneca sob a marca Covishield na Índia, e também fabrica as vacinas contra a covid-19 à base de proteína da Novavax.

No pico da pandemia, o Instituto Serum da Índia investiu 2 mil milhões de dólares na produção. Atualmente, a companhia vende cerca de 1,5 mil milhões de doses de vacinas todos os anos, com uma capacidade total de produção que aponta para até 4 mil milhões de doses. “E isto também é importante porque, se houver uma outra pandemia no futuro, poderemos vacinar toda a Índia em três a quatro meses”, garantiu Poonawalla. O CEO mencionou ainda que a empresa está em negociações com outros países e governos para usar essas instalações no caso de futuros surtos.

A malária, doença transmitida por mosquitos, ainda mata mais de meio milhão de pessoas na África Subsaariana, todos os anos, afetando principalmente crianças pequenas.

Uma vacina de dose única contra a dengue também está a ser testada pelo Instituto Serum, ainda em fase inicial, mas o CEO avançou que a empresa espera concluir os testes de fase final nos próximos três anos. Esta é outra doença transmitida por mosquitos, dolorosa e por vezes fatal.

Poonawalla afirmou que o Serum estará concentrado na exportação das suas vacinas para outros países, em vez de assinar acordos de transferência de tecnologia.

A japonesa Takeda Pharmaceutical também fabrica uma vacina contra a dengue e outras empresas, como a Indian Immunologicals, também estão concentradas em desenvolver vacinas contra a patologia. Países como a Argentina e o Brasil enfrentam um grande surto de dengue e não possuem vacinas suficientes para travar a doença.

Editado por Fábio Nunes