Jorge Fonseca não se contenta com o bronze de Tóquio2020: “Sou bicampeão do mundo, o meu lugar é o ouro”

Judoca conquistou a primeira medalha portuguesa dos Jogos Olímpicos a decorrer na capital do Japão. Nas primeiras declarações após o terceiro lugar do pódio, não escondeu a ambição. Para Paris2024 e para o futuro: “Quero ser o melhor de todos os tempos”.

No final do combate frente ao canadiano Shady Elnahas, desta quinta-feira, Jorge Fonseca não dançou no tatami a prometida música “pimba” como o fez nas duas vezes em que se sagrou campeão mundial, em 2019 e em Junho deste ano. Enviou um beijo, aos aplausos vindos da bancada, fez a saudação, aplaudiu, e abraçou o treinador. Estava feliz após conquistar a medalha de bronze na categoria -100 kg dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas os seus sonhos apontavam para mais além.

“É saboroso [o bronze], mas não estou feliz, queria mais. Trabalhei para o ouro. Era o meu grande objectivo e trabalhei bastante. Não correu como eu queria, mas agora é trabalhar para a próxima”, disse aos microfones da RTP logo após o combate. A próxima meta está, portanto, bem definida: “Vou trabalhar para ir buscar o ouro a Paris 2024.”

O combate das meias-finais, no qual foi derrotado pelo sul-coreano Cho Guham, ficou marcado por dificuldades físicas, confessou. “Quando fico muito nervoso, fico com cãibras e os braços começam a bloquear. Não consegui fazer mesmo nada”, explicou. E manteve o discurso focado no seu já novo objectivo: “Agora é trabalhar para conquistar o ouro em Paris. Sou bicampeão mundial, o meu lugar é no ouro. Eu trabalho para o ouro todos os dias. Não trabalho para o bronze, mas estou feliz, são os Jogos Olímpicos, Mas quero mais. Quero ser o melhor de sempre a nível nacional.”

Na declaração à televisão pública portuguesa, o judoca – que lembrou ainda o sonho não concretizado de entrar para a polícia – dedicou a conquista à mãe, agradeceu o apoio dos portugueses e deixou uma crítica em forma de brincadeira a duas marcas desportivas que não o patrocinaram. “Disseram-me que não tinha capacidade. Sou bicampeão do mundo, terceiro nos Jogos Olímpicos, qual é o estatuto de que preciso mais?”

A medalha desta quinta-feira coloca o judoca numa restrita galeria de atletas medalhados na modalidade em Jogos Olímpicos, juntando-se a Telma Monteiro (-57 kg), no Rio2016, e Nuno Delgado (-81 kg), em Sydney2000, ambos também de bronze.