A Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) denunciou a deterioração do sistema de saúde pública no país com impacto no acesso aos serviços essenciais pelos cidadãos, que estão a optar pelos privados.

“Mas o senhor primeiro-ministro [Xanana Gusmão] e a senhora ministra da Saúde [Élia Amaral] ignoram e permitem que o setor público de saúde caia em declínio, facilitando assim a prosperidade do setor privado de saúde no país”, afirmou a deputada da Fretilin, Nuri Alkatiri, numa declaração política do partido no parlamento.

Segundo a deputada, o “público tem menos confiança no sistema de saúde público” e “muitas vezes escolhem o setor privado”, apesar dos recursos financeiros.

Nuri Alkatiri sustentou as afirmações com o aumento do “número de mortes” em janeiro deste ano no Hospital Nacional Guido Valadares.

“As estatísticas do Hospital Nacional Guido Valadares demonstram que em janeiro deste ano foram registadas 186 mortes naquela unidade hospitalar, o maior número em comparação com o mesmo mês de anos anteriores”, salientou a deputada.

A deputada da Fretilin denunciou igualmente o que considera serem irregularidades no fornecimento de medicamentos e outros consumíveis médicos e no recrutamento de funcionários, considerando que a “ministra ignora a lei”.

Nuri Alkatiri disse que também foi cancelado o projeto com o Banco Mundial para a construção de novos hospitais e outras obras, atribuídas por concurso público internacional.

“Pedimos uma explicação da ministra da Saúde no parlamento nacional”, disse Nuri Alkatiri, acrescentando que a ministra concordou com tudo durante o debate do Orçamento de Estado para 2024.