“No CDS não sentimos necessidade de revisitar heranças coloniais, não queremos controversas históricas, nem deveres de reparação que parecem importados de outros contextos fora do quadro lusófono”, afirmou Paulo Núncio, líder parlamentar do CDS, no início do seu discurso, manifestando-se, assim, contra a ideia de reparação histórica referida pelo Presidente da República que, na terça-feira admitiu que Portugal poderá ter de pagar reparações às suas ex-colónias.

Paulo Núncio referiu-se também à eutanásia. Disse: “Portugal não mudou de regime para promover e apoiar o suicídio assistido e a eutanásia”. e lembrou: “Mais de 80% da população em Portugal não tem ainda direito a cuidados paliativos no final da vida. Uma sociedade mais humana é uma sociedade que cuida dos seus, principalmente nos momentos mais vulneráveis e em especial no fim de vida. Por isso, CDS saúda a senhora Provedora de Justiça por ter suscitado a constitucionalidade da lei da eutanásia junto do Tribunal Constitucional. Porque só defendendo a vida de cada ser humano, é possível construir uma sociedade mais humana e mais justa.”

Uma outra ideia avançada por Paulo Núncio foi relativamente à comemoração dos 50 anos de 25 de novembro. Disse o deputado: “As comemorações dos 50 anos do 25 de Novembro devem ser comemorações justas, plurais e de âmbito nacional, feitas com militares e civis das instituições às escolas.” Depois, lembrou as palavas de Ramalho Eanes. “Como disse o antigo Presidente da República, o general Ramalho Eanes, o 25 de Novembro foi a continuação do 25 de Abril. Separar as duas datas é um erro histórico. Ao comemorar os 50 anos do 25 de Abril e os 50 anos do 25 de Novembro, respetivamente, em 2024 e 2025, estaremos a corrigir esse erro que foi cometido no passado e a prolongar as comemorações da liberdade por mais um ano e meio. E através da comemoração conjunta destas duas datas, estaremos como Nação a restaurar a fé e a esperança na nossa tardia, jovem, mas ainda frágil, democracia.”