O projeto-piloto da UNIDAS, a primeira rede intermunicipal do país no apoio a vítimas de violência doméstica coordenado pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa, já realizou quase 10 mil atendimentos em dois anos.

“1585 dos quais correspondentes a vítimas de violência doméstica adultas. No que respeita a crianças e jovens, os dados registam mais de 2100 atendimentos psicológicos a 247 vítimas, em apenas 20 meses”, divulga, em comunicado, a instituição que pretende “interromper os ciclos de violência doméstica e reduzir a discrepância entre os casos registados nas forças de segurança e nas estruturas de atendimento dos 11 municípios envolventes”.

Os dados disponíveis apontam para “uma tendência crescente, de 20%, face ao número de processos que chegaram à rede de apoio Unidas em 2022. Nos primeiros nove meses deste ano registou-se uma média de 57 novos casos por mês nas 11 estruturas de atendimento, situadas em Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel e Resende.

A maioria das vítimas que procurou apoio durante este ano é do sexo feminino. Um cenário que vai ao encontro do panorama verificado nas 11 estruturas de atendimento da Unidas entre 2020 e 2021, onde 91% das vítimas era do sexo feminino e tinha uma idade média de 44,25 anos, ou seja, ligeiramente superior à idade média das vítimas a nível nacional (42 anos).

O casamento é, também, outro dos fatores em comum a 41% das vítimas, sendo, na maioria dos casos, o agressor do sexo masculino (90%) e com uma idade média de 46,41 anos. Além disso, 37% das pessoas que procuraram ajuda encontravam-se, à data, em situação de desemprego e com episódios de violência a ocorrerem maioritariamente (67%) na residência comum da vítima e do agressor.