O último sinal de que a violência no interior das cadeias está a atingir níveis assustadores aconteceu há uma semana quando, de repente, um recluso agride uma guarda prisional com uma caneta de plástico afiada com o calor de uma chama de isqueiro, deferindo-lhe três golpes na zona do maxilar, deixando-o com a boca perfurada e a necessidade e receber tratamentos hospitalares urgentes. Aconteceu no Estabelecimento Prisional (EP) de Monsanto, em Lisboa, e feitas as contas, tratava-se já da 12.ª agressão a guardas só este ano. E a tendência é para agravar, avisa o Sindicato do Corpo da Guarda Prisional (SCGP), lembrando que as redes internacionais de crime organizado estão instaladas nas prisões, com estratégias distintas da cultura reclusa portuguesa.

“Agora é tudo muito mais agressivo. Ando aqui há 22 anos e conheço bem o sistema e sei que, se nada for feito, vai haver uma catástrofe nas prisões. Eu sei que vai acontecer, mas ninguém quer saber” alerta Frederico Morais, dirigente do SCGP, sublinhado algo ainda mais preocupante: “A falta de segurança é tanta que os presos sentem-se os donos da cadeia”. E avisa: “Tememos uma catástrofe nos serviços prisionais. Mas, tememos, mesmo!”

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