Pedro Nuno Santos, candidato à sucessão de António Costa na liderança do Partido Socialista, criticou este domingo a posição do seu adversário interno, José Luís Carneiro, em relação a um eventual apoio a um governo PSD.

“Esperaria que o meu adversário tivesse o mesmo foco e a mesma concentração no combate à direita. Simplesmente, não é isso que tem acontecido: o meu adversário interno tem preferido dirigir-me ataques, mais do que à direita”, afirmou Pedro Nuno Santos em declarações aos jornalistas em Coimbra. O antigo ministro das Infraestruturas lamenta que o atual ministro da Administração Interna “defenda que o PS deva ser muleta de um governo do PSD, em caso de vitória do PSD”. “Connosco o PS não vai ser muleta, não vai ser suporte de ninguém”, declarou.

Nestas declarações, o deputado socialista, tido como favorito na corrida à liderança do PS, garantiu estar “exclusivamente concentrado” em “apresentar um projeto mobilizador para continuar a transformar Portugal” e “derrotar a direita” que, afirma, está a “preparar-se para se juntar toda para disputar as eleições” de 10 de março.

Este domingo, fonte da candidatura de Pedro Nuno Santos fez saber que o ex-ministro das Infraestruturas tem o apoio de 79 dos 120 deputados socialistas. Dos 41 deputados restantes fora da lista, a que o NOVO teve também acesso, parte deles ainda não manifestou qualquer posição sobre qual dos candidatos apoia. É, por exemplo, o caso do líder da bancada, Eurico Brilhante Dias, e de Marta Temido, ex-ministra da Saúde.

Apesar de partir em desvantagem nesta disputa interna, José Luís Carneiro tem vindo a receber apoios de peso, como o do ministro das Finanças, Fernando Medina, o do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, do secretário de Estado André Moz Caldas e dos ex-ministros Capoulas Santos e José Vieira da Silva. Já o primeiro-ministro deixou claro que não apoiará publicamente nenhum dos candidatos, mas defende que qualquer é destes dois candidatos “será um excelente secretário-geral do PS e, sobretudo, um óptimo primeiro-ministro”.

Na corrida à liderança do PS entrou também um terceiro candidato: Daniel Adrião, dirigente socialista crítico de António Costa.