O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou nesta semana a segunda subida da inflação de 2024 impulsionada pelo aumento dos preços da energia. A inflação acelerou para 2,3% em março, subindo 0,2 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mês anterior. Este é o segundo aumento do ano, após em janeiro ter registado o primeiro aumento, também para 2,3%, numa subida de nove décimas relativamente a dezembro, devido ao fim do IVA Zero, que colocou travão ao ciclo de abrandamentos.

“A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 2,3% em março, taxa superior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior”, indica o gabinete de estatística, dando conta de que os preços da energia também subiram tendo o índice relativo aos produtos energéticos avançado para os 4,8% (4,3% em fevereiro).

Já em sentido oposto, o índice referente aos produtos alimentares não transformados aliviou para -0,5%, contra 0,8% no mês anterior como INE a explicar este “abrandamento “parcialmente em consequência do efeito de base associado ao aumento de preços registado em março de 2023” quando apresentou uma variação mensal de 1,5%.

Segundo o gabinete de estatística, a inflação subjacente (que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos) acelerou para 2,5%, aumentando 0,4 pontos percentuais face aos 2,1% de fevereiro.

A subida da taxa de inflação deveu-se à energia, sendo que “a variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 4,8% (4,3% no mês precedente) enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados diminuiu para -0,5% (0,8% no mês anterior)”. O INE adianta que esta diminuição nos produtos não transformados se deveu “ao aumento de preços registado em março de 2023”, quando apresentou uma variação mensal de 1,5%.

“A variação mensal do IPC [Índice de Preços no Consumidor] foi 2%”, tendo sido nula no mês precedente e de 1,7% no período homóloga”. Já a variação dos últimos 12 meses diminuiu para 2,9%.

O Índice Harmonizado revelou uma variação homóloga de 2,6%, superior em 0,3 p.p. ao registado no mês anterior e 0,2 p.p. superior ao valor estimado pelo Eurostat para a zona euro. Com exclusão dos produtos alimentares não transformados e energéticos, o índice harmonizado “atingiu uma variação homóloga de 2,8% em março, inferior à taxa correspondente para a área do Euro (estimada em 3,1%).

Na base da aceleração da taxa de inflação homóloga, segundo o INE, estão as “contribuições positivas” dos Transportes, dos Restaurantes e hotéis e da Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis. E sinaliza que, em sentido contrário, estão as contribuições negativas dos Acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação (classe 5) e do Vestuário e calçado (classe 3).

Na comparação em cadeia, a variação do IPC foi nula face ao registado em fevereiro e compara com os 1,3% registados em março do ano passado. “A variação média dos último doze meses diminuiu para 2,9% (3,3% em fevereiro”, conclui o INE, destacando aqui a classe do vestuário e calçado, que registou um aumento de 26,1%, face a fevereiro, “refletindo a habitual entrada da nova coleção de vestuário e calçado”.