O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHLN) anunciou esta quarta-feira ter dado início a uma auditoria interna para esclarecer os procedimentos que foram realizados “antes e durante” o tratamento para a atrofia medular espinhal administrado no Hospital de Santa Maria a duas gémeas residentes no Brasil.

O CHLN refere ainda, num comunicado enviado às redações, que “não fará qualquer comentário adicional sobre o tema”, enquanto decorre quer a auditoria interna quer a investigação aberta pela Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) sobre o mesmo caso.

Em causa está uma reportagem, transmitida pela TVI na semana passada, segundo a qual duas gémeas luso-brasileiras vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma, – um dos mais caros do mundo – para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.

O caso tornou-se polémico porque, segundo a reportagem, há suspeitas de que o tratamento tenha acontecido por influência do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já negou qualquer interferência no caso.

De acordo com a TVI, quando as gémeas chegaram ao hospital para receber o tratamento, os neuropediatras opuseram-se e dirigiram, em novembro de 2019, uma carta ao então presidente do conselho de administração, Daniel Ferro, a dar contas das suas razões, da falta de dinheiro e pelo facto de as crianças já estarem a receber tratamento no Brasil.  Carta essa que, alegadamente teria desaparecido e que, em comunicado, o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte confirmava ter recebido.