O ministro da Economia e do Mar comparou esta segunda-feira a Inteligência Artificial (IA) e IA generativa ao impacto que a eletricidade teve nas sociedades e nas empresas, na cerimónia de abertura da Web Summit 2023, em Lisboa.

Para António Costa Silva, esta conferência tecnológica “é uma plataforma fantástica por conectar pessoas e ideias que estão a mudar o mundo”. “Precisamos dessas pessoas e ideias que estão a mudar o mundo. Precisamos urgentemente desta inovação para resolver os desafios-chave do mundo, como o clima. Estamos a perder muito gelo, importante para manter o clima e o nível das águas”, defendeu.

“A IA e IA generativa, com todas as evoluções que teve nos últimos anos, sabemos que pode ser uma solução. Será a eletricidade do século XXI”, afirmou o governante, que este fim de semana voltou a fazer correr tinta porque o seu nome terá sido confundido com o de António Costa caso dos negócios do lítio e do hidrogénio verde (‘Operação Influencer’).

Classificando a Web Summit de uma “plataforma de discussão de novas ideias” e de espaço de “debate livre”, António Costa Silva apelou ainda à mudança das zonas urbanas. “Se não formos capazes de mudar o paradigma das cidades, torná-las mais inteligentes, teremos dificuldades no futuro”, advertiu.

E deixou ainda um alerta para os excessos do pós-cimeira: “Somos um dos países mais seguros do mundo. Vão sentir-se em casa neste país e nesta cidade. Desfrutem da nossa gastronomia e do nosso vinho. Sei que há um Night Summit, mas não passem mais tempo aí do que na Web Summit. Mantenham o equilíbrio”.

O arranque da Web Summit realizou-se esta tarde e conta com as intervenções da CEO da Web Summit, Katherine Maher, do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e de outras personalidades mais ligadas ao ecossistema empreendedor, como Jimmy Wales, fundador da Wikipédia, Vasco Pedro, CEO da Unbabel, e Cristina Fonseca, managing partner da Indico Capital Partners.

As primeiras startups a subir ao palco principal foram a Solvimon (plataforma de faturação), a The Natural Nipple (amamentação), Tranch (pagamentos em modelo BNPL – Buy Now Pay Later para negócios), a Fizz (rede social para alunos universitários), a Sproxxy (plataforma digital para medir impacto da presença em conferências), a Socket (cibersegurança) e a Daye (saúde feminina).

É sem o empreendedor irlandês Paddy Cosgrave, sem uma panóplia de tecnológicas de renome e sem os efusivos apertos de mão de Marcelo de Rebelo de Sousa que Lisboa recebe, nos próximos três dias, mais uma Web Summit, onde se prevê que participem 70 mil pessoas.

A cimeira terá menos nomes sonantes nos painéis, depois de uma debandada de empresas e até de membros do Governo, mas espera-se um recorde no que aos empreendedores diz respeito, um dos principais focos deste evento. No total há 2.600 startups registadas, o que representa um acréscimo de cerca de 300 startups em relação ao máximo histórico de novembro do ano passado. Entre os pavilhões da FIL e a Altice Arena, num espaço de cerca de 215 mil m2, estarão 800 investidores e aproximadamente dois mil jornalistas ou representantes dos media.