José Luís Carneiro respondeu este domingo a Pedro Nuno Santos, afirmando não aceitar lições de como se deve combater a direita. “Comecei a minha vida política muito jovem, ainda há muito tempo atrás por ganhar precisamente uma câmara ao PSD. Derrotei o PSD, derrotei na altura o CDS e tornei-me um dos mais jovens presidentes de câmara do país, portanto, não aceito lições de como se deve combater a direita”, disse o socialista à entrada para um encontro com militantes, no Porto, quando confrontado com as críticas feitas pelo seu adversário interno na corrida à liderança do Partido Socialista.

Apesar da insistência dos jornalistas às acusações de Pedro Nuno Santos, que o acusou de preferir dirigir-lhe ataques “mais do que à direita”, José Luís Carneiro limitou-se a dizer: “Temos ainda um longo caminho para conversar entre nós porque somos camaradas e amigos e também para conversar com os militantes e os portugueses.”

Este domingo, fonte da candidatura de Pedro Nuno Santos fez saber que o ex-ministro das Infraestruturas tem o apoio de 79 dos 120 deputados socialistas. Dos 41 deputados restantes fora da lista, a que o NOVO teve também acesso, parte deles ainda não manifestou qualquer posição sobre qual dos candidatos apoia. É, por exemplo, o caso do líder da bancada, Eurico Brilhante Dias, e de Marta Temido, ex-ministra da Saúde. O candidato tido como favorito soma também apoios entre o elenco governativo: Marina Gonçalves, ministra da Habitação, Ana Abrunhosa, ministra da Coesão, João Costa, ministro da Educação, apoiam Pedro Nuno. Manuel Alegre, histórico socialista, também já declarou apoiar a candidatura do ex-líder da JS.

Apesar de partir em desvantagem nesta disputa interna, José Luís Carneiro tem vindo a receber apoios de peso, como o do ministro das Finanças, Fernando Medina, o do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, do secretário de Estado André Moz Caldas e dos ex-ministros Capoulas Santos e José Vieira da Silva. Já o primeiro-ministro deixou claro que não apoiará publicamente nenhum dos candidatos, mas defende que qualquer um destes dois candidatos “será um excelente secretário-geral do PS e, sobretudo, um óptimo primeiro-ministro”.

Na corrida à liderança do PS entrou também um terceiro candidato: Daniel Adrião, dirigente socialista crítico de António Costa. As diretas no PS estão marcadas para os dias 15 e 16 de dezembro.