Carlos Moedas acusou o PS de ser o responsável pelo resultado líquido negativo da autarquia, por bloquear a compra e venda de património, instrumento que anteriormente sempre esteve disponível.

“Foi o ano em que tivemos maior execução em termos de orçamento. O que é que isso quer dizer? Quer dizer que aquilo que se prometeu gastou-se e conseguiu-se investir. E isso é a primeira vez. Mais de mil milhões que conseguimos ter em termos de execução, que é muito importante”, afirmou Carlos Moedas.

O autarca reagia, à margem de uma visita à Feira do Livro de Buenos Aires, onde Lisboa é a cidade convidada, à notícia de que a Câmara Municipal de Lisboa terminou 2023 com um resultado líquido negativo no valor de 18,59 milhões de euros.

“Àqueles que dizem que houve resultado líquido inferior, deve-se perguntar porque aconteceu. Acontece porque o PS, desde o início, bloqueia um instrumento essencial para o presidente da câmara, que é fazer compras e vendas de património”, disse o autarca.

Carlos Moedas afirmou que bloquear qualquer compra ou venda de património tem efeito no saldo de gerência da câmara.

“Este bloqueio constante do PS à gestão da câmara tem este efeito. O PS é que tem de justificar porque é que não permite ao presidente da câmara ter um instrumento que todos os presidentes anteriores tiveram, que é um instrumento normal de compra e venda de património. Ao não me deixar usar esse instrumento, temos aqui a causa daquilo que é este resultado líquido”, frisou.

Não obstante, Carlos Moedas fez questão de salientar que o que foi feito em termos de investimento “nunca aconteceu na história de Lisboa”, com 560 milhões assinados na União Europeia, o “que faz com que tenha de investir 200 milhões de capitais próprios da câmara”.

“O que mostra é que eu tenho muito orgulho neste resultado, porque nós conseguimos fazer investimentos que até agora nunca tinham sido feitos. Eu não estou a gerir a câmara para a política, eu estou a gerir a câmara para as pessoas. Consegui investir mais do que os outros e executar mais do que os outros, e isto é o resultado de trabalhar para os outros”, considerou, deixando um apelo ao PS para que olhe para a gestão que sempre teve e deixe governar, que é esse também o papel da oposição.

Questionado sobre a demissão de Pedro Costa da presidência da Junta de Freguesia de Campo de Ourique e as declarações que este fez na assembleia municipal, segundo as quais a câmara faz “o menos possível” e mostra “indisponibilidade para resolver problemas da cidade”, Carlos Moedas limitou-se a responder que Pedro Costa tem é de se justificar perante quem o elegeu.

“Os presidentes das juntas de freguesia são eleitos pelas pessoas e quem se demite dos mandatos tem de se justificar às pessoas. É a elas que tem de se justificar porque se demitiu”, afirmou, acrescentando já ter falado com Hugo Vieira da Silva, que substitui Pedro Costa no cargo.