Durante a manifestação do dia da mulher em Lisboa, duas apoiantes do coletivo de justiça climática estilhaçaram esta sexta-feira os vidros do Banco Santander Totta por “estar a financiar conscientemente o colapso climático”.

Para comemorar o Dia da Mulher, um bloco ecofeminista marchava na Avenida Almirante Reis rumo ao Rossio quando, durante a manifestação, em Arroios, duas mulheres presentes, utilizando coletes do Climáximo, se dirigiram à fachada do Banco Santander Totta e calmamente partiram os vidros da montra, com recurso a martelos, à semelhança das ações das sufragistas na luta pela igualdade de género.

As duas mulheres foram identificadas de imediato e o bloco ecofeminista, constituído por apoiantes do climaximo, continuaram a marcha.

“O Santander é responsável por financiar petrolíferas, as empresas que nos estão a matar: a nós às mulheres, no mínimo 4 vezes mais que aos homens” refere Maria Mesquita, uma das mulheres que se encontrava na manifestação. “Enquanto isso, a nossa autonomia corporal está novamente a ser dissecada numa mesa de operações política. A crise climática é um resultado de colocar o lucro acima da vida, de ignorar todo o trabalho reprodutivo necessário para manter a vida, desde a regeneração da Terra até ao cuidado entre as pessoas. Este trabalho invisibilizado é colocado sobre as mulheres, igualmente invisibilizadas. Resolver a crise climática implica resolver a crise de cuidados gritante atual”, rematou.

A solução, afirmou, é simples: uma economia centrada na vida e não no lucro, com desenvolvimento de transportes públicos, redistribuição do trabalho, entre outros. “Mas primeiro, temos que parar a violência contra os nossos corpos e contra a vida. Estas empresas andam a financiar petrolíferas, a financiar armas de destruição massiva. Não podemos consentir que as empresas e os governos não sejam responsabilizados pelas suas escolhas conscientes de destruição. Está nas nossas mãos parar esta guerra brutal contra as nossas vidas.”