André Villas-Boas é, a partir desta quarta-feira, 7 de maio, o 32.º presidente do FC Porto. Do comerciante de vinho do Porto a Pinto da Costa foram 31 os homens que lideraram o clube portista desde 1893.

Como o mundo pulou e avançou, Villas-Boas é desde esta data o líder do clube mas não da sociedade que gere o futebol profissional, essa é uma questão a resolver e que impede Villas-Boas de dar andamento a situações financeiras e também relacionadas com o plantel e, sobretudo, com o treinador.

Sabe-se que, dificilmente, Sérgio Conceição será o técnico do FC Porto na próxima temporada, isto apesar de ter renovado contrato por mais quatro anos dois dias antes das eleições. Inclusivamente, Itália pode ser o destino do treinador que parece ser o eleito do AC Milan. Também de Itália deve vir o próximo treinador portista, Giam Piero Gasperini, atualmente ao leme da Atalanta, semi-finalista da Liga Europa.

Tudo o que tem a ver com o futebol profissional tem de ser tratado informalmente até à administração de Villas-Boas entrar na SAD, um processo que se encontra num impasse pois os atuais administradores recusam sair até 28 de maio. Até lá o o presidente eleito não pode exercer funções na SAD e ter autonomia para tomar decisões importantes no plano desportivo, económico, financeiro e comercial.

A atual administração abriu a porta a que o CFO de Villas-Boas, Pereira da Costa, fosse cooptado de imediato, contudo, o presidente eleito só aceita essa medida se Pereira da Costa tiver poder de veto, o que não é crível que aconteça até 28 de maio.
Se as conversas que as partes estão a desenvolver derem poder executivo a Pereira da Costa, a equipa de Villas-Boas pode começar a atacar alguns assuntos até 28 de maio.

Entre eles está o acordo com a Ithaka, que significa a venda de 30% dos direitos económicos de exploração do Estádio do Dragão por um período de 25 anos e a troco de 65 milhões de euros. No entanto, este entendimento pode ser revertido, assegurou Pinto da Costa em campanha eleitoral, se Villas-Boas assim entender. Para isso terá que desenvolver os mesmos 65 milhões de euros, ficando por saber se há alguma penalização financeira acrescida. Outro ponto importante tem a ver com a Academia da Maia, um projeto iniciado por Pinto da Costa e que levará a SAD a ter de liquidar até 12 de maios 510 mil euros, fatia de uma obra com um custo total de 3.4 milhões de euros.

André Villas-Boas, em sentido contrário, pretende edificar um Centro de Alto Rendimento no Olival para todas as modalidades e, nessa medida, teve nesta terça-feira, 6 de maio, várias conversas com autarcas do município de Gaia.

Estas são as questões mais prementes, as verdadeiras prioridades de André Villas-Boas neste início de mandato, mas neste novo mundo do desporto, em que o futebol é a mola real dos clubes, estar longe das decisões da SAD significa, no fundo, estar de mãos atadas para decidir como quer.

Ainda assim, nesta terça-feira André Villas-Boas torna-se o 32.º presidente da história do FC Porto colocando um ponto final oficial no longo percurso de 42 anos de Jorge Nuno Pinto da Costa.