O líder do Chega, André Ventura, desafiou na manhã desta sexta-feira o primeiro-ministro a apresentar ao parlamento um orçamento retificativo para mudar o país, acusando Luís Montenegro de “ter medo do retificativo, do orçamento de Estado para 2025 e da própria sombra”.

Discursando no encerramento do debate do programa de governo, André ventura anunciou que não deixará passar as moções de rejeição do PCP e do Bloco de Esquerda (BE) e disse que terá de ser o Governo AD e o primeiro-ministro a “criar as condições de governabilidade”.

Relembrando a frase que Luís Montenegro usou a respeito do orçamento do Estado para 2024 apresentado pelo então governo de António Costa – “Este é um orçamento betinho e pipi, parece que faz e não faz” -, Ventura criticou Montenegro por decidir governar com um documento que classificou como tal e lembrou que os portugueses deram uma maioria à AD e ao Chega para que os problemas do país fossem resolvidos.

Já falando das suas bandeiras, o líder do Chega voltou a dizer que é preciso combater a ideologia de género nas escolas, “atirar para o lixo” a última lei da imigração e nacionalidade, meter o SEF de novo a controlar as fronteiras e dar condições às forças de segurança e sugeriu a Luís Montenegro que faça uma “auditoria ao Estado profundo”.

Antes, a líder do PAN tinha também anunciado que não estaria ao lado das moções do PCP e BE, ao contrário do Livre que acusou o Governo de ter colocado a sua ambição “do lado errado” ao decidir baixar o IRC, que classificou como uma “borla fiscal”, e nas medidas que apresentou para a habitação.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, avisou Luís Montenegro que não pode contar com os comunistas para “passar medidas a favor dos grandes grupos económicos” e sublinhou que o programa do Governo “agrava” o problema das pessoas, dá dinheiro público à banca e é um programa de despejos e das PPPs, onde “tudo é negócio”.

Da parte do BE, o líder parlamentar, Fabien Figueiredo, o programa do governo “é a chave de euromilhões para as grandes empresas e está desenhado para “dar tudo a uma elite”.