As autárquicas só acontecem em 2025, mas já se fala em Marta Temido como candidata do PS, planeiam-se geringonças à esquerda. Se as eleições fossem antecipadas, acredita que venceria com maioria absoluta?
Sinto que há um grande nervosismo à esquerda, mas não vou fazer comentários, porque custa-me muito ver que, no nosso país, os políticos estão sempre a viver no futuro. O que vão ser daqui a dois anos, a que vão candidatar-se… Nunca estão a viver no presente. Um presidente da câmara tem de estar focado no presente. É isso que eu faço. Adoro ser presidente da câmara. Na vida, às vezes, a pessoa acerta! Eu nunca tinha sido e gosto muito. Estou a ser presidente da câmara, não estou a pensar em 2025. Temos dois anos de trabalho pela frente! Parece-me que há muitas pessoas que passam a vida a pensar qual é o trabalho seguinte. Eu estou muito bem onde estou.

Acha que é o seu melhor papel?
Até hoje, é o papel de que mais gosto, em que me sinto à vontade e aquele em que acho que estou a fazer uma maior diferença na vida das pessoas, todos os dias. É um papel que vivo muito bem. Não entro em discussões políticas de 2025, nem pensar.

E cumprirá o mandato até ao fim?
Isso, obviamente. Sem dúvida. Como é que não haveria? As pessoas estão fartas de políticos que estão sempre a pensar no futuro e não cumprem o presente. Esses sim, a meio, estão dispostos a saltar. Alguém que hoje já está a pensar em 2025 parece-me um bocadinho instável. Meu Deus, como é que as pessoas podem estar a pensar em 2025, quando temos tanto trabalho para fazer hoje? Isso são escolhas políticas e cada partido faz as suas escolhas, não é?

E se o PSD precisar que faça outras escolhas, precisar de si para outros caminhos?
Os lisboetas precisam muito de mim, portanto, estou em Lisboa para ficar. O PSD tem um líder, que está a fazer um excelente trabalho. Tem ido terra a terra, tem estado a mudar o partido, a falar com as pessoas e esse líder sabe que me tem ao lado dele para ajudar naquilo que seja necessário. O meu papel na política é mostrar que há uma alternativa, que fizemos diferente, Lisboa está diferente, está melhor. E esse exemplo pode ser passado a nível nacional para aquele que é o líder. Eu só estou a dar o exemplo. O que quero é que as pessoas olhem para Lisboa e digam: “Olhem, o Moedas, em vez de falar Habitação, está a fazer”; “O Moedas, em vez de falar na sustentabilidade e fechar ruas, tem transportes públicos gratuitos. Fez!” Se eu puder dar o exemplo para o país… Acho que o PSD deve ser isso, o partido que faz. Eu sou o presidente da Câmara, que vem do PSD – em coligação com outros partidos, mas é o presidente que faz. A política tem de ser cada vez menos conversa e mais fazer. Menos ideologia e mais capacidade de responder às pessoas. As pessoas estão muito cansadas da maneira tradicional de fazer política.

O PSD de Montenegro, neste momento, é capaz de fazer isso?
Luís Montenegro está a fazer isso. O trabalho de um líder tem muitas partes que não são imediatamente visíveis. Luís Montenegro está a arrumar o partido, a trabalhar com as pessoas do partido e a trabalhar no país. Há muita coisa que não é mediática, mas é isso que ele está a fazer. Está a construir uma equipa. Um partido não é só o líder, é uma equipa. E o Luís Montenegro sabe que eu estou e estarei com ele a ajudar em tudo aquilo que puder. Não há qualquer dúvida sobre isso.

Leia a entrevista na íntegra na edição do NOVO que está, este sábado, dia 23 de setembro, nas bancas