A remuneração bruta mensal média em Portugal subiu 6,4% em termos nominais no segundo trimestre do ano, o que se traduz num aumento real de 3,6%, segundo os dados do INE. O indicador saltou assim de 1.542 euros há um ano para 1.640 euros atualmente, o que constitui uma subida nominal mais baixa do que no período anterior.

O salto de 6,4% fica próximo, mas ligeiramente abaixo, do aumento de 6,5% registado nos primeiros três meses deste ano, embora a componente regular tenha subido mais do no período anterior. Excluindo algumas componentes salariais, entre as quais subsídios de férias e de Natal, a remuneração bruta regular média aumentou 6,6% em termos homólogos, ou seja, 0,4 pontos percentuais (p.p.) acima do que havia sido registado no primeiro trimestre.

Decompondo a remuneração bruta, verifica-se que a componente regular e a componente base aumentaram 6,6% e 6,4%, situando-se em 1.295 euros e 1.214 euros, respetivamente. Descontando o efeito da inflação, os aumentos nas componentes regular e base foram de 3,8% e 3,6%.

A subida registada no último ano foi transversal a todas as áreas de atividade e tipologias de empresa, com o maior avanço registado nas ‘indústrias extrativas’, com 13,6%, nas empresas de grande dimensão, com 500 ou mais trabalhadores (7,3%) e nas empresas de ‘serviços de mercado com forte intensidade de conhecimento’, com 11,9%.

O crescimento salarial na zona euro tem sido monitorizado atentamente pelo Banco Central Europeu (BCE), que tem frisado repetidas vezes a importância de ter uma dinâmica controlada que permita sustentar o consumo, mas que evite efeitos de segunda ordem.