O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou esta quarta-feira o recurso do Ministério Público e anularam o pagamento de caução por Vítor Escária e Diogo Lacerda Machado, por considerar que não existem indícios fortes de tráfico de influência, dando razão à defesa do ex-chefe de gabinete e do consultor e melhor amigo de António Costa.

Os dois arguidos ficam, assim, sujeitos a termo de identidade e residência, depois de o Ministério Público ter recorrido para a Relação a pedir um agravamento das medidas de coação. Durante a fase de instrução, pediu prisão preventiva para Vítor Escária e Diogo Lacerda Machado.

“Este Tribunal decidiu julgar improcedente o recurso do Ministério Público e procedentes os recursos interpostos pelos arguidos. Em causa nestes autos estavam as medidas de coação impostas a cinco arguidos individuais e uma arguida pessoa coletiva sendo que o Ministério Público pretendia o agravamento das mesmas e os arguidos recorrentes a sua revogação”, refere a decisão da Relação.

A Operação Influencer levou à detenção de Vítor Escária, antigo chefe de gabinete de António Costa; Diogo Lacerda Machado, consultor e amigo de António Costa; dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves; e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que ficaram em liberdade após interrogatório judicial.

Existem ainda outros arguidos, incluindo João Galamba, ex-ministro das Infraestruturas; o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, João Tiago Silveira, ex-porta-voz do PS; e a Start Campus.

O caso está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um data center na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus.