Luís Montenegro regressa esta tarde ao Palácio de Belém, uma semana depois de ter sido indigitado primeiro-ministro, para apresentar a Marcelo Rebelo de Sousa a composição do governo de coligação com o CDS. Trata-se de um governo de minoria – a AD conseguiu 80 deputados nas eleições de 10 de março –, depois de Montenegro ter mantido a promessa de que “não é não” ao Chega.

O primeiro-ministro indigitado apostou num governo politicamente muito forte, com experiência no combate político e na negociação diploma a diploma com todos os partidos da oposição, tal como o NOVO escreveu na sua edição de 16 de março, e chega a Belém sem que tenha havido quaisquer fugas de informação sobre a composição do novo executivo. Montenegro terá partilhado os nomes que iria convidar para o governo com o seu núcleo duro para evitar que saiam na comunicação social antes de serem comunicados a Marcelo Rebelo de Sousa, como aconteceu no último governo de António Costa.

Ainda assim, é expectável que parte desse núcleo duro faça parte do novo governo: Paulo Rangel, António Leitão Amaro, Miguel Pinto Luz, Nuno Melo e Joaquim Miranda Sarmento. O líder do CDS deverá ficar na pasta da Defesa e o ainda líder da bancada parlamentar social-democrata com a das Finanças. Ana Paula Martins, antiga bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e ex-presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa foi convidada para a Saúde, escreve o Público.

Os nomes dos ministros que vão ser entregues a Marcelo Rebelo de Sousa foram bastante escrutinados pela equipa de Luís Montenegro. Apesar de todos os cargos ainda não estarem preenchidos – sê-lo-ão até à reunião com o Presidente da República –, todos os que já foram escolhidos preencheram o questionário de 36 perguntas criado por António Costa na anterior legislatura, avança o Observador. Além do questionário, a equipa de Luís Montenegro fez uma análise prévia a todos os candidatos a ministro, para apurar eventuais incompatibilidades.

Sem a Iniciativa Liberal no governo – cenário antecipado dentro do PSD na própria noite eleitoral –, mas com a porta aberta a entendimentos medida a medida, Luís Montenegro já definiu quatro grandes prioridades: Saúde, Habitação, novo aeroporto e Complemento Solidário para Idosos. São estas as medidas que o novo governo pretende fazer aprovar no parlamento nos primeiros 60 dias. Professores e polícias vão esperar pelas negociações com os respetivos sindicatos.

A tomada de posse do novo governo está marcada para dia 2 de abril.