O Gabinete de Guerra israelita, chefiado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, decidiu prosseguir a ofensiva em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que concordou continuar as negociações para uma trégua com o grupo palestiniano Hamas.

“Embora a proposta do Hamas fique muito aquém dos requisitos de Israel, Israel enviará uma delegação para esgotar a possibilidade de chegar a um acordo em condições aceitáveis”, afirmou, esta segunda-feira, o gabinete de Netanyahu em comunicado.

Nesse sentido, Israel informou que manterá a decisão de realizar uma ofensiva militar contra Rafah “para exercer pressão militar sobre o Hamas”, com a finalidade de “avançar na libertação dos reféns” sequestrados pelas milícias palestinianas no dia 7 de outubro, e de alcançar os seus “objetivos na guerra”.

Esta declaração surge depois de o chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, ter confirmado aos mediadores do Egito e do Qatar que aceitou uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, enquanto as Forças de Defesa israelitas anunciavam que bombardearam ao fim do dia mais de 50 alvos do grupo palestiniano na região de Rafah.

Os bombardeamentos foram dirigidos a “locais terroristas” localizados no extremo sul do enclave palestiniano em preparação da entrada das forças terrestres israelitas no leste de Rafah, de acordo com o porta-voz militar do Exército, Daniel Hagari.

Esta segunda-feira de manhã, as Forças de Defesa israelitas emitiram uma ordem de evacuação para a região das zonas orientais de Rafah, afetando cerca de cem mil pessoas, num primeiro passo de uma ofensiva em grande escala contra a região, onde se encontram mais de 1,2 milhões de deslocados.

Há vários meses que Egito e Qatar têm mediado conversações entre Israel e o Hamas, procurando encontrar uma solução para a guerra desencadeada pelo ataque do movimento islamita em território israelita, em 07 de outubro passado, a que se seguiu desde então uma retaliação em grande escala das forças de Telavive na Faixa de Gaza.