O Catar apelou hoje à comunidade internacional para evitar um “genocídio” em Rafah, no sul da Faixa da Gaza, que enfrenta a ameaça de uma ofensiva em grande escala do exército israelita.

O país do Golfo, mediador nas negociações sobre uma trégua entre Israel e o Hamas apelou “a uma ação internacional urgente que evite que a cidade seja invadida e que um crime de genocídio seja cometido”.

O governo do Catar condenou a tomada pelo Exército israelita do lado palestiniano da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.

“O Estado do Catar condena nos termos mais veementes o bombardeamento da província de Rafah pelas forças de ocupação israelitas, a invasão da passagem fronteiriça e a ameaça de deslocar cidadãos de abrigos e alojamentos”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar, num comunicado publicado no site oficial.

Sublinhou que Doha – que está a realizar um trabalho de mediação com o Egipto para um possível acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas – também pede “que seja dada proteção total aos civis, em linha com o Direito Internacional e o Direito Humanitário”.

O Catar considerou que “o deslocação forçada de civis da cidade de Rafah, que se tornou o último refúgio para centenas de milhares de pessoas deslocadas na Faixa de Gaza, constitui uma violação grave do direito internacional e aprofundará a crise humanitária na região.

Por último, reiterou a “posição firme” das autoridades do Catar em apoio à “justiça na causa palestiniana, aos direitos legítimos do povo irmão palestiniano e ao estabelecimento de um Estado palestiniano independente nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital”.

O exército israelita confirmou hoje a tomada da parte palestiniana da passagem de Rafah, um dos principais pontos de entrada de ajuda humanitária no enclave, no âmbito do que descreve como uma “atividade dirigida” em “áreas limitadas” contra as “infraestruturas terroristas” do Hamas.

Rafah tem sido um canal para a ajuda humanitária desde o início da guerra e é o único ponto por onde as pessoas podem entrar e sair do enclave.

Israel controla atualmente todos os postos fronteiriços do território palestiniano.