O draft da WNBA realizou-se na madrugada desta terça-feira em Portugal Continental. Era um dos mais esperados dos últimos anos por ser o draft de Caitlin Clark, o fenómeno do basquetebol universitário feminino que promete levar a liga para um novo patamar. Por isso, desde que Clark anunciou que ia entrar no draft deste ano que já se sabia que as Indiana Fever, a equipa que detinha a primeira escolha do draft, a iria escolher. Não houve surpresas, e o nome de Caitlin Clark foi o primeiro a ser revelado no evento que decorreu na Academia de Música de Brooklyn.

A base ajudou as Iowa Hawkeyes a chegarem a duas finais da NCAA (em 2023 e em 2024, tendo perdido ambas) e acumulou recorde atrás de recorde na sua carreira no basquetebol universitário. Motivos mais do que suficientes para os responsáveis das Fever depositarem grandes esperanças neste talento geracional, que pode mudar a sorte da equipa de Indiana.

Este primeiro ano na WNBA será um teste para perceber como o jogo de Caitlin Clark se irá adaptar ao jogo da WNBA, que tem diferenças para o do basquetebol universitário. Mas as perspetivas são otimistas e as Indiana Fever voltam a acreditar que podem chegar ao playoff da WNBA, algo que já não acontece desde 2016. A conquista de títulos está no horizonte do franchise, isto porque Clark vai juntar-se a Aliyah Boston, que foi a primeira escolha do draft de 2023 e já é uma das promessas da WNBA. O duo Clark-Boston promete transformar as Fever.

Há outras escolhas que merecem ser destacadas, ou não fosse esta uma das gerações mais talentosas do basquetebol feminino. Cameron Brink foi escolhida no 2º lugar e vai jogar nas Los Angeles Sparks. A terceira escolha foi Kamilla Cardoso, poste brasileira que brilhou nas South Carolina Gamecocks, campeãs da NCAA, que vai atuar nas Chicago Sky. As Sky são de resto uma das equipas vencedoras do draft. Além de Cardoso, selecionaram no 7º lugar Angel Reese, outra estrela do basquetebol universitário norte-americano.

A febre Caitlin Clark

O fenómeno Caitlin Clark já está a ter impacto na WNBA, pese o facto de a jogadora ainda não ter disputado sequer um jogo na liga. Pouco tempo depois de ter declarado que iria entrar no draft deste ano, e com as Indiana Fever na posse da primeira escolha do draft, suscitou logo um maior interesse nos jogos da organização. Segundo o The Athletic, 36 jogos das Fever – 90% do seu calendário para a época que se avizinha – vão ser transmitidos a nível nacional. As Fever até vão ter mais jogos transmitidos a nível nacional do que as bicampeãs Las Vegas Aces. O motivo é Caitlin Clark.

Os preços dos bilhetes para os encontros das Fever também dispararam. O Vivid Seats indicou que, até à quarta-feira da semana passada, o preço médio de um bilhete para assistir a um jogo das Fever aumentou 190% comparativamente à temporada anterior.

A WNBA também esfrega as mãos de satisfação. A liga espera que Caitlin Clark impulsione o mediatismo da competição. O interesse gerado em torno da jogadora nos anos da NCAA e até no draft deste ano deixa antever algo de muito positivo para a WNBA.