Mariana Mortágua já tinha esclarecido que está disponível para uma nova geringonça e agora apresentou algumas das propostas que quer negociar com Pedro Nuno Santos no caso de o PS vencer as eleições. Habitação, saúde, educação e salários são as prioridades dos bloquistas caso haja negociações para uma aliança à esquerda depois das legislativas antecipadas.

Na apresentação do programa eleitoral, Mariana Mortágua defendeu limites à atualização das rendas “tendo em conta o poder de compra e não apenas a inflação” e avançou com uma proposta para que a Caixa Geral de Depósitos baixe os juros do crédito à habitação. “Ou os clientes dos restantes bancos transferem o seu crédito para a Caixa ou os restantes bancos baixam o preço do crédito à habitação”, disse a coordenadora do BE.

A proibição da venda de casas a não residentes, uma proposta rejeitada pelo governo socialista, e o fim de benefícios fiscais para residentes não habituais são outras das ideias do BE para enfrentar a crise na habitação.

Em relação às leis laborais, um dos temas mais difíceis se houver negociações entre os partidos de esquerda, o Bloco de Esquerda insiste nas 35 horas semanais para os trabalhadores do sector privado e propõe a semana de trabalho de quatro dias “por via de acordos com as empresas ou a pedido do trabalhador”. Os bloquistas defendem ainda a criação de leques salariais para que “não haja gestores numa empresa a ganharem mais num mês do que um trabalhador dessa empresa ganha num ano”.

A criação de um rendimento social de cidadania que junte subsídio de desemprego e rendimento social de inserção e de um Serviço Nacional de Cuidados, que desenvolva em todo o território uma rede de respostas públicas na área da infância e da velhice, são outras das propostas lançadas pelo Bloco de Esquerda. Uma das novidades no programa é a comparticipação de 100% dos medicamentos com prescrição para pessoas que recebem menos do que o salário mínimo nacional.