O antigo secretário de Estado João Tiago Silveira e o administrador da Start Campus Rui de Oliveira Neves, ambos sócios da sociedade de advogados Morais Leitão, foram já suspensos da sociedade.

A informação foi comunicada pelo próprio escritório, nesta noite: “A Morais Leitão comunica a suspensão dos sócios Rui de Oliveira Neves e João Tiago Silveira, com efeitos imediatos, a pedido destes”.

Os dois advogados foram constituídos arguidos nesta semana – juntamente com o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, o CEO da Start Campus, Afonso Salema, o consultor e amigo do PM, Diogo Lacerda Machado, o ainda ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, e a empresa Start Campus – no âmbito da Operação Influencer.

O caso levou, nesta terça-feira, à demissão de António Costa de primeiro-ministro – e consequente decisão do Presidente da República de dissolver a Assembleia e convocar eleições legislativas antecipadas para dia 10 de março de 2024 -, após ter sido comunicado que o Supremo estava a investigar o chefe do governo. Nesta noite, a PGR esclareceu mesmo que a instauração do inquérito, “a que o Ministério Público se encontra vinculado por imposição legal sempre que obtém notícia da eventual prática de factos criminalmente relevantes, remonta a 17 de outubro de 2023, tendo decorrido, na circunstância, da atribuição pelo Código de Processo Penal de foro especial ao primeiro-ministro”.

A Operação Influencer tem no centro da investigação os negócios do lítio, hidrogénio verde e do mega data center de Sines, estando em causa, segundo o Ministério Público, crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência ligados com as concessões de exploração de lítio de Montalegre e Boticas, um projeto de hidrogénio verde em Sines, e a construção do data center pela sociedade Start Campus.