O chefe da diplomacia da União Europeia instou à aplicação da resolução das Nações Unidas que pede “pausas humanitárias urgentes e a criação de corredores humanitários alargados” na Faixa de Gaza, condenando o bombardeamento de escolas.

“A Resolução 2712 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que apela a pausas humanitárias urgentes e à criação de corredores humanitários alargados, deve ser aplicada imediatamente”, defendeu Josep Borrell.

Numa publicação na rede social X, o chefe da diplomacia comunitária revela-se “profundamente chocado com o facto de duas escolas da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina terem sido atingidas, em menos de 24 horas, em Gaza”.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reúnem-se esta segunda-feira por videoconferência para debater a situação em Israel, na Faixa de Gaza e na região, depois da visita de Josep Borrell ao Médio Oriente e ao Golfo Pérsico.

A posição hoje divulgada surge depois de, no domingo, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também se ter manifestado “chocado” com o bombardeamento, em menos de 24 horas, de duas escolas administradas pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina na Faixa de Gaza.

Segundo dados divulgados pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, mais de meia centena de pessoas foram mortas num dos ataques na escola Tal Az Zaatar, em Beit Lahia, perto da fronteira com Israel, no extremo norte da faixa.

A agência recordou que entre 7 de outubro, dia em que começaram as hostilidades entre Israel e o Hamas, e 16 de novembro, pelo menos 71 deslocados internos foram mortos e 573 feridos em ataques a abrigos das Nações Unidas em toda a Faixa de Gaza.

Segundo a imprensa internacional, Israel e o Hamas estão perto de chegarem a um acordo de troca de prisioneiros, segundo o qual o grupo palestiniano libertaria mulheres e crianças israelitas em troca de o Estado judeu fazer o mesmo com as mulheres e crianças palestinianas detidas nas prisões israelitas.

Este acordo poderia entrar em vigor nos próximos dias, permitindo a primeira pausa sustentada na ofensiva israelita no enclave desde o início da guerra, e também facilitaria a entrada de ajuda humanitária através da passagem de Rafah, na fronteira entre o Egito e Gaza.