Rui Tavares, líder do Livre, foi na tarde desta quarta-feira, 13 de março, recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O encontro, que durou quase duas horas, serviu, segundo o historiador para vincar que há “um elemento essencial e que passa por respeitar os processos”.

“Tivemos uma reunião numa altura em que não estão contados os votos, não sabemos atribuição de todos os mandatos”, disse Rui Tavares, referindo-se ao apuramento dos votos pelo círculo da Europa e fora da Europa que vão atribuir mais quatro mandatos, numa altura em que a AD tem 79 deputados, contra 77 do PS.

Por isso, Rui Tavares, e “por uma questão de respeito pelos nossos concidadãos”, sugeriu a Marcelo “outra audiência depois de conhecidos todos os resultados eleitorais”. “O Livre disse que é claro e justificado fazer novas audiências depois de conhecidos todos os resultados eleitorais”, reforçou.

Acompanhado por uma comitiva que incluía dois dos quatro deputados do Livre eleitos no passado domingo – Isabel Mendes Lopes e Paulo Muacho – o historiador defendeu que o chefe de Estado tem que “procurar o bloco político mais amplo e coeso” no parlamento.

Tavares insistiu na argumentação de que os portugueses votaram no passado domingo em três blocos de alianças eleitorais anunciadas durante a campanha: “o da esquerda e da ecologia, que neste momento tem mais votos e mandatos”, o do PSD, CDS e IL e, por fim, o “campo representado pelo Chega”.

O deputado considerou legítima a hipótese de a esquerda formar governo caso tenha mais votos e mandatos do que PSD, CDS-PP e IL juntos e insistiu que estes partidos devem dizer o que farão caso o Chega apresente uma moção de censura a esse eventual executivo.

Sobre a moção de rejeição do programa de Governo da AD anunciada pelo PCP, Rui Tavares rejeitou colocar “o carro à frente dos bois”, argumentando que ainda há votos para contar e que ainda não sabe que Governo estará em causa.