Mariana Mortágua vai à segunda ronda de reuniões com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2025, agendada para terça-feira, mas reiterou que não votará a favor do documento.

“Iremos às reuniões do Orçamento do Estado, teremos todos os diálogos com o Governo, iremos sempre e nunca faltaremos a um diálogo”, garantiu Mariana Mortágua no final de uma reunião com a Federação Nacional dos Médicos, no Porto.

O Governo convocou os partidos com assento parlamentar para uma segunda ronda de reuniões sobre o Orçamento do Estado, a realizar na terça-feira, na Assembleia da República, confirmou à Lusa fonte do gabinete do ministro dos Assuntos Parlamentares.

Do lado do Governo, estarão presentes nas reuniões o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento; o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro; e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, adiantou fonte do executivo à Lusa.

Mariana Mortágua garantiu que participará na discussão do Orçamento do Estado apresentando todas as propostas que, na visão do Bloco de Esquerda, interessam ao país, mas não acompanhará o Governo na votação do documento por discordar das suas políticas.

“O Bloco de Esquerda disse, desde o início, que não viabilizaria um orçamento de um governo de direita porque não apoia um governo de direita. E isso, para nós, é muito claro, não queremos criar equívocos”, reafirmou.

Ao tomar esta decisão está a respeitar o mandato das pessoas que votaram no Bloco de Esquerda e “que votaram para ter uma política de saúde, de habitação e fiscal diferente”, justificou.

Na sua opinião, o Governo tem feito uma política errada e tomado decisões desastrosas, mas isso, acrescentou, não impede o Bloco de Esquerda de ter um diálogo, de participar e de apresentar propostas.

O Orçamento do Estado para 2025 terá de ser entregue no parlamento até 10 de outubro e PSD e CDS, partidos que apoiam o Governo, somam 80 deputados e são insuficientes para garantir a aprovação do documento, sendo necessária ou a abstenção do PS ou o voto favorável do Chega ou vice-versa.