“Primeiro-ministro português António Costa em crise após raide policial à residência oficial”, escreve o Politico. “Polícia portuguesa faz buscas ao gabinete do chefe de gabinete do PM”, lê-se no Financial Times. “Casa do PM e dois ministérios alvo de buscas”, adianta o El Mundo. “Supremo português investiga António Costa pelo seu papel em negócios de lítio e hidrogénio verde”, titula o El País.

O caso que rebentou nesta manhã com buscas ao governo, detenção do chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, entre outros, e vários arguidos, incluindo o ministro João Galamba, numa investigação a contratos firmados no âmbito da transição energética, especificamente nos casos do lítio e do hidrogénio verde, chegou ao primeiro-ministro. António Costa está a ser investigado pelo Supremo, confirmou a PGR em comunicado. E prepara-se para falar ao país, às 14h00, depois de duas idas a Belém, durante a manhã.

Tudo indica que, desta vez, António Costa irá mesmo avançar com o pedido de demissão.

Mas ainda antes da consequência política mais grave, já o caso faz manchetes nos principais jornais internacionais. Além das mais relevantes publicações britânicas da área política e económica, os dois maiores títulos generalistas espanhóis focam-se nas buscas motivadas por “negócios do lítio e do hidrogénio verde”. Também a abc news faz título com a detenção do chefe de gabinete de Costa, uma notícia de que também já a Associated Press está a dar conta.

O mais recente caso a rebentar num governo de maioria absoluta com menos de dois anos — e marcado por casos e casinhos que levaram à saída de 13 pessoas do executivo, entre governantes e pessoal de gabinetes, incluindo um secretário de Estado Adjunto do PM constituído arguido num caso de corrupção — já está assim a ter eco internacional pelos piores motivos.