A vice-secretária adjunta do Gabinete de Assuntos Africanos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Joy Basu, visita na próxima semana Angola com vista a reforçar a parceria económica com o governo de Angola.

A funcionária norte-americana, que participa hoje e na sexta-feira na 20.ª edição do Fórum comercial AGOA (African Growth and Opportunity Act), em Joanesburgo, contou à Lusa que a visita de três dias a Luanda, a partir de segunda-feira, tem como objetivo facilitar a diversificação de “toda a economia angolana”.

“Temos alguns grandes investimentos de empresas dos Estados Unidos que são facilitados pelo governo dos Estados Unidos, tanto no porto do Lobito, mas também na energia solar e nas telecomunicações, estas são empresas sediadas nos Estados Unidos que estão a trabalhar com o governo dos Estados Unidos para investir mais em Angola, e o objetivo da minha viagem é compreender o que mais podemos fazer para facilitar um comércio bilateral mais forte entre os Estados Unidos e Angola e diversificar mais o crescimento económico”, explicou.

Na ótica da funcionária norte-americana, o executivo de João Lourenço “assumiu várias medidas a nível fiscal e económico, implementando muitas reformas económicas”, mas os Estados Unidos querem ter a certeza de que essas reformas “estão verdadeiramente a beneficiar o povo de Angola e que as empresas americanas podem vir e estabelecer parcerias para fornecer os bens e serviços que os angolanos necessitam não só para satisfazer as suas necessidades diárias, mas também para se tornarem num país mais próspero com uma experiência económica sustentável, inclusiva e de crescimento”.

Joy Basu sublinhou que a administração de Joe Biden pretende que “o investimento norte-americano em curso em Angola continue a ser implementado, incluindo o corredor do Lobito, mas também encontrar oportunidades mais diversas para investir em toda a economia angolana”.

Além de Angola, o projeto de desenvolvimento do porto marítimo de Lobito e do corredor ferroviário com o mesmo nome pretende melhorar a ligação regional com os países vizinhos da República Democrática do Congo e a Zâmbia.

“Inclui a definição de centenas de milhões de dólares de investimento, mas espera trazer milhões de dólares de comércio para esta região e realmente aumentar a conectividade regional entre estes países e através da África do Sul”, frisou, em declarações à Lusa.

Na capital angolana, a vice-secretária adjunta do Gabinete de Assuntos Africanos do Departamento de Estado dos Estados Unidos disse ter encontros agendados com o setor privado e funcionários governamentais, incluindo os ministros do Comércio e dos Transportes “para falar sobre quais são as políticas que realmente criam um ambiente de negócios propício para investir”.

Os Estados Unidos anunciaram no passado mês de setembro, em Joanesburgo, cerca de mil milhões de dólares (931,3 milhões de euros) para o desenvolvimento multissetorial do corredor logístico do Lobito para ligar Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia, na África Austral.

Na ótica do governo norte-americano, a nova linha ferroviária que liga a Zâmbia ao porto do Lobito será “o maior investimento individual dos Estados Unidos e da União Europeia no continente africano numa geração”, visando “desbloquear o enorme potencial” existente no setor da ferrovia na África subsaariana.