Não foi fácil o debate entre os partidos sem assento parlamentar, transmitido esta terça-feira à noite na RTP, com os candidatos a pedirem mais tempo para explicarem as suas propostas.

“É muito difícil passar a mensagem”, desabafou Ossanda Liber, fundadora e líder da Nova Direita, no final do debate que juntou dez pequenos partidos depois dos duelos entre os líderes dos partidos com representantes na Assembleia da República.

Imigração, saúde, habitação, educação e salários foram alguns dos temas principais.  Ossanda Líber defendeu que devemos “acolher os imigrantes com dignidade e com critérios” e garantiu que o país precisa de reformas estruturais, nomeadamente na educação. “Os partidos de esquerda estão infiltrados nas escolas” acrescentou a líder da Nova Direita, argumentando que a escola serve para “aprender matemática e português e “não serve para substituir a autoridade dos pais”.

Já Inês Bravo Figueiredo, do Volt Portugal, defendeu que a solução passa por “trazer para Portugal as melhores práticas do que se faz na Europa”. Aumentar o salário médio, resolver a crise na habitação e na saúde são algumas das prioridades do Volt. “Os jovens estão a sair de Portugal e temos de transformar a economia portuguesa”, disse a candidata do Volt, alertando que é preciso “melhorar a Administração Pública” para “aplicar bem” os fundos comunitários.

As cantinas escolares também entraram no debate. Márcia Henriques, líder do RIR, criticou a “falta de qualidade” nas refeições escolares. “Os alunos comem pior do que os cães”, acrescentou. O RIR também defende a redução dos impostos e medidas para travar a emigração dos jovens qualificados.

No final do debate, Nuno Afonso, antigo fundador do Chega e candidato pela Alternativa 21, uma aliança entre o MPT e o Aliança, defendeu que é fundamental “a reestruturação do SNS”. E Joaquim Afonso, do Nós, Cidadãos!, garantiu que a prioridade será alterar as leis eleitorais para “abrir o Parlamento a movimentos da sociedade civil”.

João Pinto, do PCTP/MRPP, alertou para a elevada abstenção e defendeu “uma sociedade comunista em que as pessoas são iguais”. E Bruno Fialho, do ADN, assumiu que uma das bandeiras do partido é  que a interrupção voluntária da gravidez não seja paga pelo Serviço Nacional de Saúde quando é feita por “opção”.

Por último, Filipe Sousa, líder do Juntos pelo Povo (JPP) admitiu que o objetivo do partido é eleger um deputado na Assembleia da República pelo círculo da Madeira com o objetivo de ajudar a resolver os problemas da região.