Tudo adiado e o impasse pela eleição do presidente da Assembleia da República (AR) continua e parece que só pode ser desbloqueado se PS e AD se entenderem. Aguiar Branco e Francisco Assis não conseguiram o número de votos necessários (116) para sucederem a Augusto Santos Silva como segunda figura do Estado.

Esta saga iniciou-se às 15h00 com a votação que se pensava que tinha o apoio do Chega para eleger Aguiar Branco, contudo, os deputados da bancada do partido de André Ventura sentiram-se melindrados por terem ouvido Nuno Melo e Paulo Rangel dizerem que não havia qualquer acordo com a AD e que englobava também a eleição de Diogo Pacheco de Amorim, do Chega, como vice-presidente da AR. Resultado: Aguiar Branco só conseguiu 89 votos.

O verniz estalou entre Chega e AD e o presidente em exercício, o conunista António Filipe, decidiu, depois de ouvir os partidos, fazer nova votação pelas 21h00. A AD retirou mas depois resolveu insistir com Aguiar Branco, o PS indicou Francisco Assis e o Chega Manuela Tender. Aguiar Branco ficou-se pelos 88, Assis venceu esta eleição parcial com 90 votos e Manuela Tender ficou arredada da segunda volta fruto dos 49 votos recolhidos, menos um do que a totalidade da bancada do Chega, que engloba 50 deputados.

Na segunda volta, percebia-se que seria difícil que Assis ou Aguiar Branco conseguissem os 116 votos necessários. E assim foi com a curiosidade de Francisco Assis e Aguiar Branco terem repetido os mesmos votos da ronda anterior: 90 e 88, respetivamente, e ainda 52 votos brancos, presumivelmente os 50 do Chega e mais dois de partidos da esquerda, pois os 88 de Aguiar Branco dão a soma exata de AD e Iniciativa Liberal.

A saga continua nesta quarta-feira, com a impressão forte de que só um entendimento entre a AD e o PS poderá ajudar a deslindar esta situação.

São aceites candidaturas até às 11h00 desta quarta-feira e o plenário reunirá pelas 12h00.