No dia em que arranca a convenção do Partido Democrata dos EUA, em Chicago, esperam-se manifestações de ativistas que procuram chamar a atenção para questões como a injustiça económica, acesso ao aborto ou a guerra em Gaza.
Embora a vice-Presidente Kamala Harris – também candidata democrata à Casa Branca – tenha galvanizado o partido enquanto se prepara para aceitar a nomeação, os ativistas dizem que os seus planos de manifestação não mudaram, tentando amplificar as suas mensagens progressistas.
As questões dos manifestantes abrangem as alterações climáticas, o direito ao aborto e a igualdade racial, para citar alguns, mas muitos ativistas concordam que um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas poderá ser uma das exigências mais em foco nos protestos.
A área urbana de Chicago tem uma das maiores comunidades palestinianas do país e os autocarros têm estado a transportar ativistas de todo o país para o local da convenção.
Os organizadores estimam que a participação na marcha e manifestação de hoje, primeiro dia da convenção, seja de, pelo menos, 20 mil pessoas.
A manifestação foi convocada por centenas de organizações, incluindo de estudantes.
O primeiro protesto – que decorreu na noite de domingo – reuniu aqueles que clamavam pelo aborto e pelos direitos LGBTQ+ e pelo fim da guerra em Gaza.
A marcha durou horas, ao longo de um percurso acompanhado pela polícia, e não deu sinais de sérios conflitos.
A polícia de Chicago disse que duas pessoas foram detidas sob a acusação de contravenção por resistirem às autoridades e danificarem propriedade.
Contudo, tem havido alertas sobre riscos de segurança, perante a possibilidade de os protestos se tornarem imprevisíveis ou se transformarem em caos.
Chicago – que acolheu mais convenções políticas do que qualquer outra cidade dos EUA – não conseguiu escapar às comparações com a convenção de 1968, onde a polícia e os manifestantes anti-guerra do Vietname entraram em confronto violento em direto na televisão.
Algumas empresas fecharam as janelas dos seus estabelecimentos com tábuas, por precaução, e os tribunais distritais disseram que abririam mais espaço em caso de detenções em massa.
Os ativistas e as autoridades têm estado em desacordo sobre a localização dos protestos e outras questões logísticas.
O Exército dos Pobres – uma organização de ativistas pela justiça social, sediada em Filadélfia – planeia instalar-se em Humboldt Park, no lado noroeste de Chicago, e contará com eventos com candidatos de terceiros partidos, Jill Stein e Cornel West , além de uma marcha.
A cidade vai também receber um palco de oradores num parque fora do centro de convenções, onde a maioria das organizações que se candidataram partilha a mesma agenda progressista, mas inclui outras tendências políticas, como a advogada pelo Conselho Israelita-Americano e pelo Instituto de Política de Illinois, de teor conservador.