Patrícia Cerdeira, a nova assessora da ministra da Justiça, Rita Júdice, esteve menos de oito horas no cargo antes de apresentar a demissão. A ex-jornalista partilhou, há uns meses, publicações nas redes sociais onde apoiava António Costa e lançava críticas ao Ministério Público e Polícia Judiciária pelas investigações no âmbito da Operação Influencer.

Segundo o Correio da Manhã, a demissão da ex-jornalista aconteceu depois de ter sido confrontada pelos jornalistas com a publicação.

Patrícia Cerdeira foi jornalista da RTP e Antena 1, tendo sido nomeada assessora do ministro da Administração Interna em 2017, na altura Eduardo Cabrita. Em março de 2022 mudava a sua assessoria para o Ministério da Economia, quando António Costa e Silva assumiu a pasta.

Nas redes sociais, a ex-assessora de governantes de António Costa partilhava opiniões políticas e indicava que as vítimas da justiça portuguesa são, quase sempre, os governantes. “Que nunca tenhamos o azar de cair nas mãos do Ministério Público”, escreveu numa das publicações, no mesmo dia em que o Presidente da República dissolveu o Parlamento, dias depois de aceitar a demissão do primeiro-ministro.

Este ano, Patrícia Cerdeira comparou ainda as decisões do Conselho Superior do Ministério Público com aquelas que eram praticadas na ditadura.

Esta é a segunda demissão em dois dias na estrutura do Governo. A primeira baixa foi protagonizada por Patrícia Dantas, nomeada adjunta do ministro das Finanças, que está acusada de um crime de fraude na obtenção de subsídios, sendo que na primeira notícia, o “Correio da Manhã” dá conta de que ex-deputada assumiu o cargo no dia anterior à saída de funções.