O primeiro curso de eco-construção na Boomland — sob o mote “construir em harmonia com a natureza” — vai realizar-se de 12 a 15 de setembro, na herdade da Granja, território por excelência do Boom Festival.

O objetivo é simples e passa “pela introdução às diferentes técnicas de construção natural, desde estruturas residenciais e quintas a outras instalações”, explicam os promotores do curso e do festival, que assim alargam o seu âmbito de ação, com base na premissa que sempre os norteou, i.e., “tudo o que fazemos tem de ter impacto positivo na natureza e na maneira como as pessoas se relacionam com ela”.

A experiência acumulada em 25 anos de Boom Festival, em Idanha-a-Nova, e reconhecida por prémios e distinções nacionais e internacionais nas áreas da sustentabilidade e ecologia, será agora partilhada tendo em vista fazer “evoluir uma visão sobre a bioconstrução”, realçam os promotores da iniciativa. E detalham que, “além do solo em todas as suas formas”, a construção levada a cabo na Boomland também utiliza “materiais como salgueiro, cana, palha, bambu, e todo o tipo de madeira e pedra certificadas ou locais”.

O conceito de curso não é novo. Desde 2012 que a Boomland tem sido palco de diversos cursos, nomeadamente nas áreas da sustentabilidade, permacultura e agrofloresta. Na primeira edição do curso de eco-construção, este divide-se entre as componentes prática (80%) e teórica (20%) e destina-se a um máximo de 20 participantes, que assim poderão aprofundar o conhecimento de práticas ecológicas e materiais naturais, fundamentais para a preservação do ecossistema.

O curso é aberto a todos, ainda que seja mais dirigido para quem desenvolve atividades na área da construção através de processos e design sustentáveis, como arquitetos, construtores, proprietários, entre outros, tendo como maior objetivo aprofundar o conhecimento sobre novas formas de construção sustentáveis capazes de reduzir a pegada de carbono.

O CRU — Arquitectura e Investigação será o tutor deste curso de eco-construção. O ateliê, com sede em Montemor-o-Novo, desenvolve a sua prática assente numa análise profunda das qualidades éticas, estéticas e energéticas dos materiais e saberes locais. E completa a sua atuação através de workshops, nacionais e internacionais, para difundir os conhecimentos construtivo e arquitetónico, e assim contribuir para uma transição eco e lógica do paradigma atual.