O Site-Norte acusou a Global Media de violar o direito à greve ao recorrer a uma gráfica fora do grupo para imprimir os jornais de hoje e promete acionar os mecanismos possíveis para que aquele comportamento seja sancionado.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte) explica que o grupo – que detém o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias, O Jogo e a gráfica Naveprinter, entre outros, cujos trabalhadores estão em greve desde as 00h00 – recorreu a uma outra gráfica para que aqueles títulos estivessem esta manhã nas bancas.

“A administração e os seus lacaios atropelam novamente um direito constitucional dos trabalhadores, o direito à greve, recorrendo a malabarismo para a impressão dos jornais que hoje e amanhã deveriam sair, sabendo que, na Naveprinter, a impressão não teria lugar”, denuncia aquele sindicato.

O Site-Norte “repudia veementemente” o comportamento do Grupo Global Media (GMG), que classifica de “atentatório de direitos fundamentais dos seus trabalhadores”, e adianta que vai “acionar todos os mecanismos possíveis” para que aquele “comportamento seja devidamente sancionado”.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Global Media recusou comentar as acusações do Site-Norte.

No texto, o sindicato explica que a Global Media “tem, ao longo do tempo, desrespeitado de diferentes formas os direitos dos seus trabalhadores”, salientando que estes cumprem hoje um dia de greve devido a “salários em atraso, ao subsídio de Natal em atraso e a despedimentos que se avizinham, prejudicando profundamente os trabalhadores e as suas famílias”.

Os trabalhadores do GMG estão hoje em greve, no mesmo dia em que termina o prazo de adesão às rescisões voluntárias, para mostrar repúdio pela intenção de despedir até 200 profissionais e pela defesa do jornalismo.

O protesto foi convocado pelo Sindicato dos Jornalistas, pelo Site-Norte e pelo Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual, abrangendo todos os trabalhadores, independentemente da função.

A Comissão Executiva do GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou, a 6 de dezembro, em comunicado interno, que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.

O grupo anunciou também o fim das prestações de serviços a partir de janeiro, num aviso com poucas horas de antecedência.