Os sindicatos ligados à educação entregaram este ano dez vezes mais pedidos de greve do que os ligados à saúde ou à justiça, segundo dados oficiais que colocam estes três sectores como os mais contestatários.

Entre janeiro e outubro deste ano, a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) recebeu 751 declarações comunicando a intenção de avançar para uma greve, sendo a grande maioria entregue por estruturas sindicais ligadas à educação.

No total, a DGAEP já recebeu 567 avisos prévios de greve da área da educação, destacando-se os sindicatos que têm lutado pela recuperação do tempo de serviço congelado aos docentes do ensino obrigatório, mas também por melhores salários e condições de trabalho de professores e pessoal não docente.

Os sindicatos da área da saúde apresentaram 55 avisos prévios de greve desde janeiro, continuando a ser os aumentos salariais o principal motivo para avançar para novas paralisações.

Já o descontentamento de quem trabalha nas áreas ligadas à justiça motivou a entrega de 51 declarações, seguindo-se a área da administração local, com 25 pré-avisos.

Os sindicatos ligados ao sector dos negócios estrangeiros apresentaram 13 pré-avisos de greve, seguindo-se seis declarações das estruturas sindicais ligadas à administração interna.

No final da lista surgem dois avisos entregues pelo sector da agricultura e alimentação e um outro pelas Finanças.

Olhando para o calendário, os meses mais ativos foram os de abril (147 pré-avisos), março (107) e janeiro (105), por oposição aos meses de verão, que foram os mais calmos (julho com a entrega de 32 pré-avisos de greve e agosto com outras 26 declarações).